sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025
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Opinião

Editorial

Arco Norte x Porto de Santos

A conclusão de um estudo realizado pelo Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (EsalqLog) mostrando que o Arco Norte tornou-se a principal opção para o escoamento de safra das propriedades e empresas do norte de Mato Grosso mostra mais uma vez a força desse corredor formado por terminais das regiões Norte e Nordeste localizadas acima do Paralelo 16.

O levantamento aponta que aproximadamente 19% da produção do estado do Centro-Oeste obtém vantagem financeira ao enviar os grãos através dos portos de Itaqui (MA), Barcarena (PA), Santarém (PA) ou Itacoatiara (AM) em qualquer safra.

Curiosamente, esses resultados são revelados cerca de uma semana depois de o presidente da Autoridade Portuária de Santos, Anderson Pomini, ter admitido uma “fuga” de cargas do porto que administra por questões não somente de logística, mas também de custo. E um dos destinos é justamente o Arco Norte.

Durante participação no workshop “Debate sobre uma nova ligação do Planalto à Baixada Santista”, promovido pelo Instituto de Engenharia, no último dia 19, Pomini disse que os operadores fazem a conta de qual porto oferece a melhor logística e o menor custo. Principalmente o custo para aqueles que transportam.

O estudo da EsalqLog mostrou um exemplo claro dessa situação. Na cidade de Sorriso, na região central de Mato Grosso, a diferença entre o transporte para o sul e o norte do país pode chegar a 10% dependendo da época do ano. Notou que durante a primeira quinzena de julho, o frete para levar milho de Sorriso para o Arco Norte ficou em R$ 432 por tonelada. Para Santos, R$ 496 por tonelada.

“Nós temos, sim, prejuízos e esses números são demonstrados com o crescimento de outros portos”, afirmou o presidente da APS durante o workshop, complementando que muitos dos problemas logísticos enfrentados pelo Porto de Santos são provocados por gargalos na malha rodoviária.

E a diferença que faz um acesso terrestre viável foi evidenciada também pela instituição, que relacionou a preferência dos produtores do norte de Mato Grosso pelo Arco Norte à conclusão do trecho da BR-163 que corta o Estado.

Vale lembrar que em 2022 os portos do Arco Norte superaram pela primeira vez o Porto de Santos em exportação de grãos. Foram 52,3 milhões de toneladas de soja e milho movimentadas pelos terminais do Norte e Nordeste contra 46,8 milhões do cais santista.

Portanto, são muito animadores os resultados que o Arco Norte vem apresentando e fica a torcida para que esses números aumentem ainda mais. Ao mesmo tempo, espera-se que o Porto de Santos, o maior do Brasil, busque soluções o quanto antes para um escoamento de cargas mais eficiente.

Uma competitividade forte e saudável entre essas duas regiões fará bem para todo o setor portuário.

 

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