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Hudson Carvalho

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Inteligência Artificial, a tal “A.I”. E “aí”, … esse “cara” vai te substituir?

“O maior inimigo do conhecimento não é a ignorância, é a ilusão do conhecimento”

Stephen Hawking, físico britânico, um dos mais renomados cientistas do século, em entrevista à BBC em 2014

Tenho certeza de que já ouviu falar em Inteligência Artificial, a A.I. da expressão em inglês Artificial Intelligence. Nós mesmos já fizemos uma análise anterior, nesse espaço, falando sobre os impactos que já vemos no setor portuário. Não é assunto novo, mas vem tomando impulso com aplicações acessíveis ao público em geral e sua utilização através de smartphones.

A questão é: ouviu falar, mas já fez um texto, trabalho, estudo usando um site de Inteligência Artificial? Viu o resultado de um colega que fez?

Talvez não, então fiz essa experiência e vou compartilhar o resultado e minhas reflexões. Foram quatro perguntas, na sequência:

1) Quais os principais temas de RH no Século XXI?

2) Faça uma análise de cada um.

3) Reescreva como se fosse um Executivo com 25 anos de experiência.

4) Reescreva com 2.000 caracteres.

O resultado é esse, abaixo, copiado e colado, do jeito que recebi:

A gestão de Recursos Humanos no século 21 testemunhou uma profunda transformação, impulsionada por temas que redefiniram a dinâmica entre empresas e colaboradores. Diversidade e Inclusão emergiram, impelindo as empresas a valorizar a igualdade de oportunidades, independentemente de características como gênero, raça, orientação sexual, idade ou origem cultural, promovendo estratégias para ambientes inclusivos.

A fusão entre Tecnologia e RH revolucionou práticas, desde a automação de processos até a implementação de algoritmos e inteligência artificial no recrutamento. Softwares de gestão de talentos e análise de dados otimizam operações, agilizando a tomada de decisões.

A Cultura Organizacional tornou-se crucial, influenciando a satisfação, retenção de talentos e produtividade. Empresas com culturas inclusivas, éticas e centradas no bem-estar experimentam equipes mais engajadas.

O Desenvolvimento de Habilidades ganhou relevância, com investimentos em programas de treinamento para capacitar os colaboradores diante das rápidas mudanças no mercado de trabalho. A aprendizagem contínua, coaching e mentoria são adotados para promover o progresso profissional.

O Equilíbrio Trabalho-Vida é uma crescente preocupação, com políticas como trabalho remoto e flexibilidade de horários, visando apoiar o bem-estar dos funcionários e reconhecendo a importância do equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

A Gestão do Desempenho evoluiu, substituindo abordagens rígidas por feedback regular e suporte personalizado para o desenvolvimento dos colaboradores.

Sustentabilidade e Responsabilidade Social receberam destaque, com empresas integrando práticas mais conscientes em relação ao meio ambiente e à governança em suas políticas de RH.

Esses temas refletem a evolução das expectativas dos funcionários e as demandas mutáveis da sociedade. A adaptação contínua a essas tendências é fundamental para a competitividade e a atratividade das organizações no mercado atual.

Vamos convir? O resultado não é ruim. Como texto linear, funciona. Embora, quando pedi uma correlação entre os itens que ele mesmo criou, a resposta não fez sentido.

O meu ponto é: A.I. pode fazer o trabalho pesado, pesquisar, resumir, compilar, mas alguém tem que fazer as perguntas. Deve haver uma “Inteligência Natural” orientando o processo. Foi a inteligência humana que desenvolveu a artificial. Tem que haver GENTE por trás de tudo. Com suas qualidades e defeitos. É o que define o resultado.

Depois desse teste, fiz outros. Pedi que montasse um roteiro para fazer Descrição de Cargo. Fez. Um roteiro para fazer Gestão da Remuneração. Fez também.

Novamente, precisou de alguém para interpretar, adaptar, corrigir, implantar, lidar com os resultados.

Por isso, esse tipo de tecnologia não me assusta. Ele pode ter boa parte das respostas, mas eu sei fazer as perguntas.

Na minha visão, o ponto importante é: como reajo a esse avanço? Fico deslumbrado e congelado? Ou admiro a beleza da tecnologia e penso em como usá-la em meu favor, como me qualificar para usá-la?

Guardadas as devidas proporções, estamos frente a avanços como foram a calculadora eletrônica e o próprio computador. Tornam as atividades mais rápidas na sua execução, mas não são capazes de criar linhas de raciocínio e processos de trabalho.

Alguém dirá: “Há Inteligências Artificiais que aprendem.” Sim, mas ainda somos nós quem as alimentamos.

Há um perigo nesse salto de evolução? Há. O de não usarmos bem o tempo que ganhamos por não precisarmos mais fazer o trabalho braçal. Se não o usarmos para pensar em novas tecnologias que sirvam ao ser humano ou para produzirmos relacionamentos melhores, estaremos no caminho errado.

Uma frase para nossa reflexão, de autoria de alguém que sabia bem do que estava falando, Albert Einstein: “Não são as respostas que movem o mundo, são as perguntas”.

 

Hudson Carvalho é Consultor em Gestão de Pessoas e Estratégia Empresarial, Diretor Executivo da Elabore Online – Resultados Através das Pessoas e Diretor da WISDOM – Gestão Organizacional (Desenvolvemos Pessoas e Processos) – Baixada Santista e ABCD

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TAGS Artificial Intelligence ilusão do conhecimento smartphones Stephen Hawking

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