quinta-feira, 19 de dezembro de 2024
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Opinião

Editorial

Altas taxas de juros

A recente política de juros altos tem dividido o mercado. Há aqueles que seguem a linha do Governo Federal e criticam a postura do Banco Central de manter a taxa básica de juros, ou taxa Selic, em 13,75%, enfatizando que tal índice prejudica até as obras de infraestrutura, uma vez que os custos de empréstimo podem inviabilizar o empreendimento. E há os que reconhecem que tal medida tem, sim, impactos negativos, mas diante da situação financeira brasileira, o mais seguro, a fim de não descontrolar a inflação, é deixar o percentual nesse nível.

Tal debate chegou ontem ao Quadro Santos Export, no programa ZR News, como destaca reportagem publicada nesta edição do BE News. Um dos participantes do quadro, Marcelo Neri, presidente da Federação Nacional das Agências de Navegação Marítima (Fenamar), explicou que os juros altos acabam afastando o capital intensivo de investimentos principalmente na área da infraestrutura.

Está claro que manter os juros nesse patamar é, a princípio, prejudicial para a atração de investimentos. Mas não se pode esquecer que uma inflação descontrolada, que é o que se deseja evitar, faria um dano maior. O Brasil já viveu anos de inflação e não quer voltar a essa realidade.

A esperança reside no novo arcabouço fiscal, apresentado hoje pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e como o Banco Central irá analisá-lo. Se os técnicos do BC entenderem que as medidas previstas no arcabouço podem melhorar os números da economia, é possível baixar a taxa Selic.

O mais importante é que essa decisão seja tomada sem bandeiras ou emoções. Esta é uma ação que demanda racionalidade, não arroubos políticos. Que esta postura seja mantida.

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