Uma infraestrutura estruturante
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou ontem, em Brasília, as diretrizes do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O comunicado ocorreu durante reunião ministerial para analisar seus 100 primeiros dias de governo. O projeto, voltado ao desenvolvimento do setor de infraestrutura, deve ser divulgado oficialmente e colocado em prática em maio.
A proposta terá seis eixos estratégicos: transportes; infraestrutura social; inclusão digital e conectividade; infraestrutura urbana; água para todos e transição energética. E em relação às ações voltadas aos transportes, elas terão uma linha estruturante, ou seja, serão implantados aquelas obras que vão facilitar o escoamento da produção agrícola, principalmente as commodities de exportação, e as que ajudarão a impulsionar o processo de reindustrialização da economia brasileira.
Diante de um cenário com uma demanda alta de investimentos em infraestrutura e recursos escassos – apenas para viabilizar a proposta de arcabouço fiscal, o Governo terá de registrar uma sobra de recursos de R$ 115 bilhões, no mínimo -, cabe à União estabelecer critérios rigorosos para seus gastos. E certamente limitá-los a ações com um retorno imediato ou a curto prazo, para atender demandas específicas e voltadas a fortalecer a economia, é uma regra sensata e, principalmente, necessária.
Agora, a sociedade aguarda para conhecer a seleção dos projetos que serão incluídos no novo PAC – que terá uma nova denominação – e seus impactos. E a partir de então, o setor privado terá melhor condições de planejar seus próprios investimentos. Que o Governo saiba ser seletivo e sensato em suas escolhas.