Portugal 2030 e o conceito de IPO reescrito como: Investimentos, Produtividade e Oportunidades
A definição de IPO no Mercado de Capitais é “Initial Public Offering”, ou seja, oferta pública inicial, que significa o início das vendas de ações no processo de abertura de capital de uma empresa. Nesse artigo, apresento IPO como “Investimentos, Produtividade e Oportunidades”, sob a ótica do Acordo de Parceria Portugal 2030.
O Acordo de Parceria Portugal 2030 materializa o programa firmado entre Portugal e a Comissão Europeia, e tem cinco objetivos estratégicos: uma Europa mais inteligente, mais verde, mais conectada, mais social e mais próxima dos cidadãos. Para receber os fundos europeus entre 2021 e 2027, o país deve se enquadrar às regras do acordo assinado no município do Fundão.
Fazendo um paralelo do enquadramento de Portugal às regras da Comunidade Europeia, as empresas que pretendem abrir o capital precisam seguir as regras da bolsa de valores e dos órgãos reguladores. Trata-se do processo de preparação e planejamento de todo emissor que pretende realizar um IPO para receber Investimentos, aumentar a Produtividade e gerar cada vez mais Oportunidades de negócios.
Os Investimentos em infraestrutura, educação, ciência e tecnologia oriundos dos fundos da Comunidade Europeia levarão Portugal para um outro patamar, em termos de inovação e sustentabilidade. Os recursos (23 bilhões de euros) são distribuídos em 12 programas temáticos dedicados à transição digital, à ação climática, à qualificação e à inclusão social, ao apoio à eficiência energética e à descarbonização.
Em um processo de abertura de capital, o “uso dos recursos” ou investimentos recebidos dos investidores podem ser alocados para crescimento da empresa, melhoria da imagem ou expansão dos negócios.
Com relação à Produtividade, o tema é tão importante que é comemorado mundialmente no dia 20 de junho. Em 2014, a OCDE criou o Fórum Global para a Produtividade, que consiste numa plataforma de troca mútua de informação e melhores práticas de políticas públicas em torno do tema. Dois anos depois, a União Européia recomendou, aos estados-membros, a criação de conselhos de produtividade, com o objetivo de analisar sua evolução e seus desafios estratégicos. Assim, aos 20 de março de 2018, o Conselho Para a Produtividade (CPP) foi criado em Portugal.
De acordo com o relatório do CPP, Produtividade pode ser definida como uma medida de eficiência econômica. E avalia a forma com que os recursos utilizados no processo produtivo são convertidos em produto final. A Produtividade pode ser influenciada por diversos fatores internos, dentre eles: a qualificação dos trabalhadores e a adoção de tecnologias mais eficientes. Também pode ser afetada por fatores externos relacionados com o funcionamento dos mercados e com a procura.
Portanto, mais uma similaridade com o processo de IPO, que depende de fatores externos – timing de lançamento da oferta e do interesse de potenciais investidores – e internos, como a preparação das equipes para o investor education, roadshow ou site visit. Cabe registrar, ainda, que os conceitos de sustentabilidade e governança ambiental, social e corporativa (ESG) estão cada vez mais presentes no dia-a-dia das empresas.
O Portugal 2030 é uma Oportunidade para as empresas investirem em novas tecnologias, tendo em vista o apoio do programa à área de inovação e transição digital. Acredito que, com mais investimentos e o incremento da produtividade, surgirão cada vez mais Oportunidades à economia portuguesa, entrando um círculo virtuoso análogo a um IPO de sucesso: novas formas de crescimento (funding), novos mercados de acesso, novos investidores (pessoas físicas e investidores institucionais), nova forma de gestão financeira (alongamento de dívidas) e novas captações; portanto, aumentando cada vez mais o nível da sua competitividade.
Cabe destacar ainda que as empresas com participação no comércio internacional (exportadoras ou importadoras) têm níveis de produtividade superiores às restantes. Logo, não há dúvidas de que surgirão diversas Oportunidades de negócios entre Portugal e outros países europeus, África e, especialmente, com o Brasil.
De um lado, o “celeiro do mundo” – um dos maiores exportadores de commodities do planeta – e, do outro lado do Oceano Atlântico, Portugal se posicionando como a porta de entrada da Comunidade Europeia, com portos cada vez mais eficientes e preparados para receber os navios e distribuir as cargas para o centro e o norte do Velho Continente.