Força de trabalho feminina em Portugal: a geração mais qualificada de todos os tempos! | BE News
quarta, 03 de julho de 2024
Dolar Com.
Euro Com.
Libra Com.
Yuan Com.
Opinião

Artigos

Silvia Santiago e Marcelo Sobreira

Clique para ver mais

Articulista

Força de trabalho feminina em Portugal: a geração mais qualificada de todos os tempos!

Analisando a força de trabalho feminino em Portugal e revelando seus principais números, dentre eles o tamanho da população empregada e em busca de empregos, a distribuição por setores da economia e as desigualdades salariais; observou-se uma preocupação para reduzir o gap quando comparado à força de trabalho masculina. Há, também, uma tendência de perspectivas positivas, considerando-se o nível de escolaridade, o aumento do debate sobre o tema em diversas empresas e a realização de fóruns de discussões qualificados, dentre eles o Fórum Feminino do Brasil Export e, agora também, o Portugal Export.

Em 2021, a população residente de Portugal era de 10,344 milhões de pessoas, sendo 52,4% composta de mulheres. De acordo com o INE (Instituto Nacional de Estatística de Portugal), o tamanho da população empregada do sexo feminino no mercado de trabalho correspondia a 49,5% (2,383 milhões) do total de 4,812 milhões de trabalhadores. Já a distribuição por setores da economia, observa-se uma concentração da população empregada no setor terciário (3,500 milhões), seguido do setor secundário (1,181 milhão) e uma pequena parcela no setor primário (130,6 mil).

Em relação à população desempregada observada, há mais mulheres (176,6 mil) do que homens (162,2 mil) em busca de emprego, o que representa um indicador de cerca de 1,1 vezes a população masculina. Relativamente ao salário médio entre homens e mulheres, de acordo com o Banco de Portugal, o gap ainda existe e sofreu pouca alteração nos últimos anos. Porém, alguns aspectos são positivos considerando-se o aumento do nível de escolaridade das mulheres em relação aos homens e as diversas ações e debates em curso, relativos aos aspectos sociais da temática ESG (Environment Social and Governance).

Ainda segundo o INE (Instituto Nacional de Estatística de Portugal), no quarto trimestre de 2020, o salário médio das trabalhadoras portuguesas era 14% menor em comparação ao dos homens. A desigualdade salarial entre os gêneros aumenta para 26,1% se considerados os salários dos quadros estratégicos e de gestão.

Apesar das mulheres terem o nível de escolaridade similar ou até mesmo ficarem mais anos nas escolas, ainda não se observou um reconhecimento ou mais oportunidades. De qualquer forma, acreditamos que haverá uma mudança positiva nos próximos anos tendo em vista que a formação acadêmica das mulheres portuguesas progrediu em relação às gerações anteriores.

Outro aspecto positivo: existem cases de sucesso de empresas que protegem o trabalho feminino e a igualdade entre gêneros. Por exemplo, de acordo com o “Plano para Igualdade de Gênero 2021” de uma grande multinacional portuguesa, a empresa se comprometeu de elevar de 34% (base 2019) para 39% em 2023 a parcela de mulheres em cargos de liderança na empresa. O tema é tratado tanto pela área de Recursos Humanos da companhia quanto pelo Conselho de Administração.

Num estudo recente, observou-se que a maioria dos profissionais que atuam em cargos de Recursos Humanos em Portugal são mulheres, o que pode contribuir ainda mais para a solução do problema. Isso pode ser explicado tendo em vista características marcantes das mulheres, competências de softskills tais como: relacionamento interpessoal, competências de comunicação e competências na gestão de conflitos. O estudo apresenta diversas ideias para promover a igualdade de gênero, dentre elas: a criação de um programa de liderança feminina e a garantia de paridade salarial.

Recentemente, em comemoração ao Dia das Mulheres (8 de março), foi divulgada uma matéria que destacou oito exemplos de mulheres líderes em Portugal. Especificamente no setor de Portos, destacaríamos a presidente do Conselho de Administração do Porto de Aveiro, a sra. Fátima Alves, e a sra. Isabel Ramos, membro do conselho daquele porto.

E as expectativas para os próximos anos? Positivas! Não obstante, a questão precisa ser endereçada. Acreditamos que quanto mais debates, estudos, reflexões sobre a importância do tema e iniciativas como o programa de liderança feminina e de paridade salarial forem criadas, mais célere será a igualdade de gêneros.

Compartilhe:
TAGS emprego mulher Portugal qualificação trabalho

Leia também