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quarta, 03 de julho de 2024
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João Eduardo de Villemor Amaral Ayres e Rebecca Alonso Nascimento

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Métricas para a boa governança e o efetivo acompanhamento de indicadores ESG

Teoria e prática, planejamento e aplicação. O alinhamento e a combinação desses fatores são medidas basilares quando falamos em alcançar metas efetivas, o que não poderia ser diferente quando tratamos do tema ESG. No contexto da sustentabilidade, para além de estipular e divulgar referidas metas – teoria e planejamento – é necessária a adoção de formas concretas de se mensurar o cumprimento e a efetividade dos compromissos sustentáveis assumidos pelas empresas – prática e aplicação. 

É nesse sentido que, anualmente, companhias de capital aberto divulgam ao mercado seus respectivos relatórios de sustentabilidade, fornecendo informações à sociedade acerca das práticas e dos avanços na agenda sustentável, seja pela apresentação de seus projetos ou pela demonstração de dados e números concretos. 

Além de proporcionar ao mercado e ao setor público – em especial aos órgãos reguladores – os elementos necessários para avaliação do progresso das empresas nos abrangentes temas de sustentabilidade, os relatórios viabilizam aos investidores – cada vez mais voltados para negócios sustentáveis – a transparência das ações ESG e dos resultados alcançados por estas instituições. 

Ponto fundamental desses relatórios, portanto, é a divulgação das métricas empregadas pelas companhias, utilizadas para acompanhamento e controle das metas e projetos por elas estipulados. São essas métricas que, igualmente, irão fundamentar e esclarecer todos os indicadores (KPIs) de sustentabilidade divulgados, direcionados pelos valores, objetivos e ramos de atuação de cada uma dessas empresas.  

Em termos ambientais, a métrica mais utilizada, e normalmente mais amplamente divulgada, é a de controle e verificação das emissões dos Gases de Efeito Estufa (GEE), por meio das pegadas de carbono – do inglês carbon footprints. Não obstante, diversas companhias ampliam ainda mais o seu comprometimento, adotando critérios de eficiência hídrica, utilizando-se de adequadas técnicas de gestão de resíduos, e desenvolvendo, outrossim, tecnologias para uso eficiente de recursos naturais. Para mais, são também utilizadas métricas relacionadas à reciclagem de materiais e ao investimento na criação de produtos mais sustentáveis aos consumidores. 

Não podemos, no entanto, desconsiderar tantas outras métricas ambientais utilizadas, como é o caso do controle da performance ambiental, por meio da realização de auditorias acerca do cumprimento de normas nacionais e internacionais, como ISO, OHSAS e SASSMAQ, bem como a realização de ações de conscientização ambiental, para os ambientes interno – colaboradores e administradores – e externo – shareholders e stakeholders – da companhia.  

Em complemento, outra importante medida são as diligências adotadas pelas companhias em casos emergenciais, como em situações, por exemplo, de vazamentos de óleo e substâncias químicas, nocivas ao meio ambiente e à biodiversidade. Igualmente relevante, temos a métrica relacionada ao constante monitoramento do cumprimento da legislação e regulação ambiental.

Com relação às métricas de caráter social, observamos a adoção, pelas companhias, de medidas de segurança do trabalho, além da execução de construções sustentáveis para adequações dos locais de trabalho, levando-se em conta importantíssimos fatores atuais, o trabalho remoto e o home office. Projetos para desenvolvimento dos colaboradores, oferecimento de treinamentos e cursos técnicos, incentivo a jovens aprendizes e políticas de diversidade e inclusão também ganham destaque das empresas que apresentam métricas dimensionáveis.

Outro assunto em evidência são as ações tomadas para o aumento do número de mulheres em cargos de liderança, em especial em cadeiras da alta gestão e administração dentro das companhias, com a adoção, por exemplo, dos Women Empowerment Principles.

No que diz respeito às métricas relacionadas à seara da governança, percebemos a divulgação, pelas companhias, dos organogramas de suas estruturas internas voltadas especificamente à sustentabilidade, como Diretorias, Conselhos e Comitês de Sustentabilidade. Além disso, é certo que a própria divulgação anual do relatório de sustentabilidade, construído com base na metodologia do Global Reporting Iniative (GRI), é um excelente e importante indicador de boa governança.

Ademais, é métrica largamente mensurável a listagem da companhia no segmento do Novo Mercado da B3. Tal segmento indica as empresas que seguem as melhores práticas voltadas para desenvolvimento social, padrão “ouro” de governança corporativa e gestão responsável do meio ambiente.

Por fim, merece atenção especial a indicação, pela companhia, de que suas ações integram a carteira de ativos do índice S&P/B3 Brasil ESG, que tem como requisitos obrigatórios a serem observados a adesão ao Pacto Global e a não participação em setores como os de armas, tabaco e carvão térmico. Para integrar essa carteira de ativos, a empresa deve atingir determinada pontuação ESG da S&P DJI referente à avaliação de sua sustentabilidade corporativa, além de manter elevados padrões de transparência perante os seus stakeholders

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