sábado, 18 de janeiro de 2025
Dolar Com.
Euro Com.
Libra Com.
Yuan Com.
Opinião

Artigos

Hudson Carvalho

Clique para ver mais

Articulista

Segundou!!! Esse pode ser seu lema

“Escolha um trabalho de que gostes e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida.”

Confúcio

Quando criamos a Elabore Online em outubro de 2017, eu tinha 33 anos de carreira. Doze deles trabalhando em Engenharia, 21 em Recursos Humanos. Banco, automobilística, serviço público, inspeções, testes & certificações, terminal portuário e mobilidade urbana. Parte do tempo no Brasil, parte fora dele. Em paralelo, outra carreira de 23 anos no Ensino Superior.

Opa! Isso é um artigo ou um currículo?! Paciência. Você já vai entender onde quero chegar.

Voltando ao plano de negócios em que baseamos a montagem da empresa, havia uma preocupação que nos acompanhava todo o tempo: o lema. Criar uma sentença simples que mostrasse, para nós mesmos e para o mercado, o que realmente queríamos vender e porque éramos diferentes e supostamente melhores do que os nossos (ótimos) concorrentes. Foi daí que surgiu a frase: Resultados através das pessoas.

O foco era mostrar ser possível criar soluções em Recursos Humanos, nas quais as pessoas – trabalhando em equipe, adequadamente motivadas, somando suas qualidades e defeitos – fossem as protagonistas das soluções ao invés das teorias, ferramentas ou técnicas. Mais do que isso, que essas pessoas pudessem, além de fazer a diferença em suas organizações, equilibrar o tempo que investiram nas suas carreiras com o tempo usado para si mesmas, estudando, lendo, cuidando do corpo e da mente e, por fim, mas não menos importante, com o tempo que utilizariam para ter uma vida socialmente saudável, convivendo com suas famílias e amigos.

Nos pareceu tão simples quanto brilhante. E nunca, nunca em nossas vidas profissionais, havíamos nos sentido tão felizes e completos fazendo um trabalho. A “Síndrome do Fantástico”, aquela em que a música do programa anuncia o “fim do final” de semana, não nos assustava. A temida segunda feira não era mais um desafio intransponível de sofrimento a ser superado. Ao contrário, era esperada ansiosamente.

Esse é o meu ponto de hoje. É preciso ter prazer em trabalhar, tanto quanto nas demais coisas da vida. É por isso que abomino o famoso “Sextou”. Tenho dificuldade em acreditar que seja necessário chegar a um dia da semana, que precede outros dois de descanso, para comemorar e ser feliz.

Se você se sente assim, algo está errado em sua carreira.

Como maiores responsáveis por nossas vidas profissionais, não podemos nos acomodar na zona de conforto equivocadamente trazida por frases prontas como “isso sempre foi assim”. Ao mesmo tempo, essa deve ser uma preocupação das empresas, pois é esse ciclo de frustração, várias vezes repetido, que leva à ansiedade e à depressão, tão comuns e preocupantes hoje em dia.

No momento em que formos atingidos por um desses fenômenos de esgotamento, nossa produtividade no trabalho não cairá gradativamente, devagarinho. Será do dia para a noite e todos teremos perdido. Nós, as pessoas que nos cercam e as empresas para as quais trabalhamos. Saúde, investimento em contratação e qualificação do pessoal, relações sociais, todas interrompidas e atiradas fora. É o perde-perde.

É preciso reagir. O primeiro passo é o autoconhecimento, a capacidade de identificar e analisar nossos gostos, sentimentos e comportamentos. É perguntar-se: quem sou eu afinal? Alguns dirão: “OK, mas as pessoas mudam”. Sim, que bom. Por isso o autoconhecimento deve ser uma atitude de permanente avaliação.

Tendo consciência de nós próprios, é preciso conhecer nossos limites. “Sendo quem sou, até onde posso chegar?”. Atenção: limites expandem-se, na medida em que trabalhamos para que isso aconteça. O estabelecimento deles tem ligação íntima com a fase da vida em que nos encontramos. Sempre é possível mudar, mas a partir de determinado ponto da vida, é imprudente iniciar uma carreira nova ou um estilo de vida radicalmente diferente. Estamos falando de evolução, não de revolução.

Vencidas essas etapas, chega a hora de um bom plano de voo e coragem para segui-lo. Ninguém, repito, ninguém poderá ajudar-nos a montar esse plano, como as pessoas que verdadeiramente se importam conosco, em especial aquelas que não ganharão nada com nossa mudança.

Outra reflexão importante a nos guiar nesse momento é: menos follow the money e mais follow the heart. Como dizem, “dinheiro não é tudo”. Eu sei, os boletos chegam e devem ser honrados, mas acumular patrimônio não pode ser a única fonte de satisfação pessoal. Correndo o risco de parecer mórbido, digo que vamos encontrar menos pacientes terminais tristes por não terem a oportunidade de ganhar mais dinheiro. É provável que lamentem a perda que foi gastar mais tempo de olho na conta bancária do que vendo os filhos crescerem.

É isso. Boa reflexão, afinal, hoje é segunda-feira.

 

Compartilhe:
TAGS automobilística inspeções Recursos Humanos serviço público testes & certificações

Leia também