O Centro-Oeste e suas oportunidades
Maior centro de produção de proteína vegetal e animal do Brasil, a região Centro-Oeste vive um momento estratégico. Como afirmou o governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, ontem, ao se reunir com empresários e autoridades participantes do Centro-Oeste Export – Fórum Regional de Logística e Infraestrutura Portuária, o apagão logístico se encerra e um renascimento se vislumbra. Mas é necessário cuidado para o desenvolvimento desses empreendimentos e para não se perder uma chance de ouro para um crescimento ainda maior da região.
Os estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás estão prestes a ter sua infraestrutura de acessos rodoviário e ferroviário fortemente ampliada, aumentando sua ligação com os portos do Atlântico – no caso, Santos (SP) e Paranaguá (PR), a partir de novas ferrovias – e implantando o caminho até portos do Pacífico – Antofagasta, no Chile, com o futuro Corredor Bioceânico.
As obras do corredor já foram iniciadas e contam com o respaldo de acordos firmados e reconhecidos pelo País e as nações vizinhas. Será uma solução logística de impacto para o escoamento, principalmente, de cargas de alto valor agregado para a exportação para o Extremo Oriente. Mas também se considera viável para o transporte de commodities com destino aos mercados dos demais países latino-americanos.
Já os projetos ferroviários – a relicitação da Malha Oeste e a implantação da Nova Ferroeste – ainda estão sendo formatados. E a expectativa das autoridades federais, no caso da Malha Oeste, e estaduais, para a Nova Ferroeste, é realizar os leilões de concessão entre o final deste ano e o início do próximo.
São iniciativas estratégicas e que precisam ser bem coordenadas, de modo que os melhores resultados sejam alcançados. A viabilidade de cada empreendimento não pode ser avaliada de forma individual, mas já considerando a operação das demais soluções logísticas.
Trata-se do bom problema, é claro. Antes coordenar obras de infraestrutura em preparo ou execução do que amargar uma apatia de investimentos. Porém, esse planejamento deve ser feito de forma coordenada e inteligente. O Centro-Oeste e o próprio Brasil tem, nesse cenário, uma chance de ouro para conseguir um novo impulso para seu desenvolvimento. E essa oportunidade não pode ser perdida.