Carlinhos de Jesus: " Quem dança é mais feliz" (crédito: Alle Vidal/Divulgação)
Estilo BE
Carlinhos de Jesus: “A arte da dança é libertadora”
Nesta edição, a coluna traz a magia da dança com uma entrevista com Carlinhos de Jesus, a história do executivo Regis Prunzel e ainda dicas de arte e lazer.
Desarmonize-se!
A natureza tem ritmo, a palavra tem ritmo, nosso corpo tem ritmo. As palavras vão ditando o ritmo de textos, crônicas, contos, poemas. Nossas emoções também se equilibram e se acomodam entre o balanço de alegrias e tristezas, sucessos e frustrações. Mas nem sempre tudo tem que estar tão certo como dois e dois são quatro. Pode ser cinco, para ajustar o movimento. Não dá para controlar tudo no compasso descompassado de encontros e desencontros. Às vezes, ficar na corda bamba é um bom aprendizado para marcar o ritmo e cair no presente. E vale pensar que a desarmonia também faz parte dessa longa caminhada que é a vida. Afinar os sentimentos é necessário para seguir com sabedoria o ritmo do universo. Seguimos tentando…
Mergulho: Dance bem, dance mais, dance sem parar
Quando tudo acaba?
– Quando o cérebro para de funcionar, diz o médico
– Quando o coração para de bater, diz o teólogo
– Quando o pé para de dançar, dizem as musas
(Do livro Música, Inspiração e Criatividade)
Lembrei dessa frase do livro do escritor Jon-Roar Bjorkvold para inspirar a vontade de dançar. E para falar de dança, quem deu entrevista exclusiva para a Estilo BE foi Carlinhos de Jesus, pioneiro na campanha pela valorização, respeito e profissionalização do gênero no País. Há mais de 30 anos ele se dedica à dança de salão e aos domingos na tela da Globo ficou ainda mais famoso. Confira a entrevista:
O que é a dança para você̂?
Dança é movimento, é arte, é comunicação e saúde, pois traz vários benefícios físicos e mentais. Quem dança é mais feliz.
Quais os principais benefícios da dança?
A arte da dança é libertadora, ela tem o poder da transformação, da comunicação, auxilia tanto os adultos quanto as crianças na sua formação, no desenvolvimento das suas habilidades, combate aos preconceitos, possibilita a interação com o mundo. Enfim, é importante no nosso crescimento pessoal e social. A dança me possibilita expressar emoções e divulgar a cultura do meu país.
Todos podem aprender a dançar?
Dançar é muito fácil, ainda mais para nós, brasileiros, que temos a musicalidade nos movimentos; nosso gingado é especial e temos facilidade de assimilação. É muito simples acrescentar a atividade da dança na rotina de exercícios, dançar não tem segredo. Brinco que se você̂ faz os movimentos de levantar, sentar, andar, escovar os dentes, dar “até logo”, cruzar e descruzar as pernas, você tem ritmo e vai dançar… O necessário é motivação.
E quem tem mais dificuldades?
Temos vários exercícios para alunos com mais dificuldade, e observamos que a partir do momento que ele adquire confiança e prazer com os seus movimentos o aprendizado é automático. Minha formação em Pedagogia me auxiliou a criar uma metodologia especial para o ensino da Dança de Salão, abrangendo também aulas para pessoas com deficiências. Fui pioneiro no ensino da dança de salão para pessoas com deficiência física — cadeirantes e Síndrome de Down. Em 2000 atuei como técnico de dança do grupo da Andef de Niterói para as Paralimpíadas em Sidney (Austrália). Minhas aulas são bastante simples, uso movimentos do dia a dia.
A graça e a leveza estão na cabeça ou nos pés?
Sem dúvida, a graça e a leveza estão principalmente na cabeça. É necessário a entrega e autoestima na realização dos movimentos. Quando dançamos, é liberado no nosso organismo um hormônio chamado endorfina, que é o hormônio da felicidade.
Dançar sozinho em casa, sem qualquer técnica, vale?
Caminhar, correr, fazer aulas de natação… Seja qual for sua atividade física, preste atenção para não acumular muitos exercícios (ou o mesmo em grande intensidade). Sobrecarregar o corpo não trará nenhum resultado positivo, e pode levar a lesões e estresses desnecessários. Por isso, tudo depende de qual exercício de dança você̂ fará sozinho ou acompanhado. O ideal é ter uma boa escola e um profissional preparado para lhe orientar.
Quais os seus filmes preferidos que envolvem dança?
Alguns são West Side Story, Cats, Footloose, Cisne Negro, Dirty Dancing, Billy Elliot e Os Embalos de Sábado à Noite .
Qual o conselho para quem sempre teve vontade de dançar e nunca teve coragem para começar?
Dançar é muito além do movimento, transcende passos e coreografias, é qualidade de vida, desenvolve o raciocínio, eleva a autoestima, sociabiliza, por ser uma atividade aeróbica ajuda no condicionamento cardíaco, muscular, esquelético, ou seja, traz inúmeros benefícios à saúde física, mental e comportamental. A dança ainda é indicada como terapia ocupacional. Quem dança é mais performático, é mais desembaraçado e, com certeza, será um profissional de sucesso. Depois de tudo que falo acima, você̂ está esperando o quê pra começar a dançar?
Foco: Uma história de sucesso
“A vida é um grande desafio, e você tem pelo menos duas formas de conduzir, pode ser leve e efetivo ou pesado e efetivo; fico com a primeira”, diz Regis Prunzel, com bom humor e serenidade na vida pessoal e profissional.
Esse gaúcho de Horizontina, interior do Rio Grande do Sul, está em Santos desde setembro de 2016. Além de presidente do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo, é responsável por três terminais de grãos na Baixada: Terminal Exportador de Guarujá, Terminal Exportador de Açúcar de Guarujá e Terminal Exportador de Santos, investimentos da Louis Dreyfus e Cargill.
Em agosto de 2019 Prunzel assumiu a presidência do Sopesp e, em 2020, foi reeleito para um mandato de três anos que terminará em dezembro de 2023. Coincidiu com a chegada da pandemia, que exigiu mudanças e ações coordenadas.
O presidente do Sopesp destaca o trabalho e esforços dos executivos atuantes que fazem parte do Conselho Diretor e Fiscal: “Somos um grupo homogêneo em busca dos melhores interesses para o Sopesp e associados. Juntos tomamos as melhores decisões para dar força para a entidade, proporcionar empregos e condições para a navegação. Temos, ainda, uma estrutura de pessoas excelentes que atuam fortemente, como nosso diretor-Executivo Ricardo Molitzas. A novidade é que Marcelli Mello se integrou ao time na área de Relações Institucionais Locais”.
Se 2022 vem trazendo expectativa mais positiva, Prunzel não hesita em reconhecer que enfrentar o grande desafio em 2020 foi um marco para o Sopesp: “Em março de 2020 ninguém sabia como lidar com a Covid. Tínhamos muitas dúvidas e apenas a certeza de que não conseguiríamos controlar a pandemia. Sabíamos que os portos não poderiam parar por conta da chegada de medicamentos e outros materiais”.
Além da insegurança, o momento foi de buscar melhores soluções: “No início não tínhamos máscaras e nem acesso à vacina, que só chegou um ano depois. Conseguimos manter a comunidade unida, mudando protocolos de higiene e segurança dos trabalhadores envolvidos, além de implementar outros nas atividades portuárias. Foi uma grande lição para todos nós”.
Entre várias providências, o Sopesp ajudou a organizar o calendário, o público e a distribuição de vacina nos portos do Estado de São Paulo: “Tivemos o papel de fazer o meio de campo com as prefeituras de Santos e Guarujá, fazer a lista dos trabalhadores e operadores, envolvendo o Ogmo (órgão de gestão de mão de obra dos trabalhadores avulsos) e as lideranças dos sindicatos laborais. Deu muito certo, com a participação da Santos Port Authority, Receita Federal, Polícia Federal e Anvisa, entre outros atores. Todos fizeram um belo trabalho de apoio”.
A pandemia continua sendo um desafio e os protocolos de segurança são respeitados, seguindo o padrão definido pela Anvisa. Prunzel avalia que o Brasil saiu na frente com a questão da vacina e amenizou a situação dos portos, que têm conexão com outros países: “Enquanto não tivermos uma garantia que o mundo está vacinado, teremos que seguir protocolos. É preciso continuar cuidando da vida das pessoas”, afirma.
O ano eleitoral gera expectativa e a esperança de continuidade do que vem dando certo, independente: “Apesar de toda pressão inflacionária, se olharmos a nossa posição geográfica na América do Sul o Brasil está numa posição diferente, e para melhor. O Brasil deu exemplos de avanços no desenvolvimento de infraestrutura e esse é o grande cuidado que precisamos ter como nação. Devemos prosseguir investindo em infraestrutura, é a certeza de geração de trabalho, renda e emprego”.
Concessões anunciadas, ferrovia interna do Porto de Santos e a desestatização do Porto de Santos são investimentos que Prunzel considera essenciais para o desenvolvimento dos portos da Baixada, com definição de um plano nacional de logística e foco no crescimento.
Entre as boas novas ainda para esse ano, revela: “Estamos muito próximos de fechar mais convenções coletivas com sindicatos dos trabalhadores portuários avulsos. Fechamos duas há dez dias com sindicato dos vigias e dos consertadores e temos agenda com sindicatos de capatazia da própria estiva nos próximos dias. Nossa proposta é criar mais certezas e oportunidades para todos os trabalhadores portuários. Estamos no meio de grandes negociações coletivas na região.”
Ele participará do painel sobre desestatização no Santos Export e está envolvido no tema: “É difícil, controverso, tomou muito a nossa pauta nos últimos tempos, mas vamos discutir com bastante profissionalismo para continuar desenvolvendo o setor portuário no Brasil. É preciso colocar uma boa governança no processo para continuar crescendo. Sou favorável ao progresso, sou um progressista nato, mas temos que defender a previsibilidade no investimento em infraestrutura, gerar investimento e gerar renda nas comunidades de Santos, Guarujá e São Sebastião. E, antes de tudo, tomar cuidado para fazer um processo de desestatização do tamanho do Porto de Santos com muito cuidado”.
Se a desestatização não avançar, Prunzel acha determinante a busca de alternativas para continuar a profissionalização e os investimentos de mobilidade, que devem ser pensados para a região. “Uma ação de governo séria e estratégica é o que precisamos para continuar gerando atividade nos portos. O Brasil tem dado exemplo no meio dessa confusão de logística que o mundo todo vive com o desequilíbrio gerado pela Covid”.
No pouco tempo livre liberado pelo trabalho, o executivo gosta de jogar tênis, de caminhar e é fã de atividades no mar. Bons filmes, música e livros fazem parte da sua rotina. Agora, por exemplo, está lendo e recomenda a obra “A organização sem medo – Criando segurança psicológica no local de trabalho para aprendizado, inovação e crescimento”, de Amy C. Edmondson. E não pensa em voltar para o Sul: “Eu me identifiquei muito com a Baixada Santista, gosto muito de morar em Santos”.
Novidade: Chegou o Cineclube Cortina!
Gosto de gente corajosa que vai atrás dos sonhos. Paulo Vidiz, Marcelo Sarti e Rapha Barreto inauguraram um cinema de rua no Centro de São Paulo, com a proposta de valorizar e celebrar o cinema. O Cineclube Cortina funciona em um estacionamento na Rua Araújo e também oferece restaurante, bar e espaço para shows e festas. O destaque é o espaço no subsolo, onde foi instalado um telão e 80 cadeiras dobráveis para quem curte filmes encontrar o seu lugar. Às quintas e sextas acontecem shows e festas. O cardápio do restaurante foi preparado pelas chefs Daniela França Pinto e Fernanda Camargo, da Casa Farnel. Além de petiscos paulistanos, há pratos e sanduíches inspirados em outros países.
No térreo está o balcão de 25 metros de comprimento construído em curvas para abrigar os drinques. A programação completa com preços e atrações detalhadas está disponível em https://www.sympla.com.br/produtor/cineclubecortina.
O novo longa de Laís Bodanzky, A Viagem de Pedro, terá uma sessão especial no domingo, 31, a partir das 19h. Também haverá um debate ao final da sessão.
Serviço
Cineclube Cortina
Local: R. Araújo, 62, República, São Paulo (SP)
Link: https://www.instagram.com/cineclubecortina/
Visuais: Um Portinari para se descobrir
Portinari Raros é a mostra em cartaz no CCBB no Rio de Janeiro, exibindo cerca de 50 obras pouco vistas ou nunca antes expostas de Candido Portinari (1903-1962). São trabalhos originais com temas como crianças, teatro, a fauna e a flora. A visita inclui a instalação Carrousel Raisonnée, uma viagem pelo mundo de aproximadamente 5.000 obras do artista por meio de uma grande projeção. A curadoria é de Marcello Dantas, que também assina a exposição imersiva Portinari para todos, no MIS Experiente, em São Paulo, que pode ser conferida até o dia 9 de agosto.
Serviço
CCBB RJ
Endereço: R. Primeiro de Março, 66 – Centro, Rio de Janeiro
Telefone: (21) 3808-2020
E-mail: ccbbrio@bb.com.br
Funcionamento normal: segunda, quarta e sábado, das 9h às 21h; domingo, das 9h às 20h
Fim da mostra: 12 de setembro
Entrada franca
BE +
Durante dois dias todos os caminhos para amplos debates sobre portos, transportes e logísticas levam ao Santos Export, no Hotel Sofitel Jequitimar, em Guarujá. Além dos painéis, tem ainda o jantar oficial do evento no Cafe de La Musique (foto), dia 3, oferecido pela Sammarco Advogados e vinhos da Odfjell terminals | Granel Química.
Bons exemplos merecem aplausos. A DPW Santos reaproveita mais de 186 toneladas de resíduos no terminal portuário multipropósito instalado na margem esquerda do Porto de Santos, transformando insumos não recicláveis em energia sustentável para indústria, via programa “Aterro Zero”.
E Rita Lee será homenageada no Grammy Latino 2022, em 17 de novembro, com o prêmio “Lifetime Achievment”, ou de contribuição em vida. Viva nossa roqueira brasileira.
Mandar mensagens, ligar ou até enviar um e-mail para os mais próximos pode significar muito. Estudo do Journal of Personality and Social Psychology, divulgado por O Globo, mostra que os amigos valorizam mais os contatos pessoais do que imaginamos. Portanto, encontre tempo e procure quem tem importância em sua vida.
BE –
Tristes números: o total de óbitos no país por lesões autoprovocadas dobrou de cerca de 7 mil para 14 mil nos últimos 20 anos, segundo o Datasus, sem considerar a subnotificação. Para se ter uma ideia, significa um óbito por hora, superando as mortes em acidentes de moto ou por HIV.
Matéria de Barbara Bigarelli, no Valor, traz novo estudo revelando que reuniões on-line têm desvantagens também: elas dificultam a criatividade das equipes para gerar ideias. Realizado por Jonathan Levav, da Stanford Graduate School of Business, e Melanie Brucks, da Columbia Business School, o estudo aponta que as equipes que se reuniram presencialmente apresentaram melhores resultados.
Da BBC, dados preocupantes: o Estúdio de Visualização Científica da Nasa, a agência espacial americana, divulgou uma animação que mostra a evolução das temperaturas globais desde 1880, ressaltando que os anos mais quentes dos últimos 140 anos se concentram após o ano 2000.