O memorando de intenção foi assinado por Centro Universitário do Maranhão (Ceuma), Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e Universidade Estadual do Maranhão (Uema). Foto: Reprodução/TV BE News
Nacional
Universidades fecham pré-acordo em fórum do Maranhão Export
Memorando assinado por Ceuma, UFMA e Uema visa preparar propostas para serem apresentadas na COP30, no Pará
O Grupo Brasil Export promoveu mais um debate visando melhorar os entraves que dificultam o desenvolvimento dos serviços de infraestrutura e logística no Brasil. Na terça-feira (28), o Conselho Maranhão Export realizou um fórum regional sobre transição energética, discutindo como viabilizar um modelo energético mais sustentável e eficiente.
Na ocasião, foi assinado um memorando de intenção e parceria entre instituições de educação do estado, como o Centro Universitário do Maranhão (Ceuma), a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e a Universidade Estadual do Maranhão (Uema), com intervenção do Conselho Maranhão Export, para preparar propostas a serem apresentadas na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém do Pará em 2025.
O presidente do Conselho Maranhão Export, Luiz Raimundo Azevedo, enfatizou que, devido à urgência climática cada vez mais evidente, torna-se indispensável a participação mais efetiva dos estados, empresas e sociedade na busca de uma transição energética mais resiliente. Ele destacou a importância de o governo federal continuar capitalizando as agendas multilaterais de fomento, através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do grupo econômico BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e outros agentes.
“O nosso Conselho Maranhão Export vem cumprindo sua missão, promovendo fóruns e reuniões mensais de debate, ouvindo conselheiros e aproximando empresas que têm voz, além de organismos estaduais, na busca de uma efetiva transição energética que se quer justa e tem seus temas correlatos com a logística e transportes”, declarou Azevedo.
O ex-deputado estadual do Maranhão Gastão Vieira (PT) destacou a necessidade de que o projeto que regulamenta a transição energética em discussão no Senado Federal seja preparado adequadamente para ampliar o envolvimento das empresas no processo industrial dentro do mercado internacional.
“Se nós vamos desenvolver esse novo projeto de transição energética, não é pra vender commodities. É pra transformar nossas vantagens comparativas com outros países em vantagens produtivas. Nós temos que produzir no Brasil produtos em igualdade de condições com a Europa, Estados Unidos, China, Japão e Coreia para competir com eles no mercado industrial lá fora”, afirmou Vieira.
Mobilização educacional
Os representantes das instituições de ensino do Maranhão apresentaram suas opiniões sobre como o estado pode ser usado para impulsionar a transição para o desenvolvimento energético sustentável nacional.
“O estado já possui características intrínsecas, como ventos fortes que sopram de forma muito harmônica ao longo do ano, uma geografia singular e uma localização geográfica que o coloca à frente de outros lugares do Brasil. Além disso, conta com um arcabouço energético associado à energia fotovoltaica e à geração marinha offshore e onshore. É um estado que já nasceu com uma propensão natural para as energias renováveis”, detalhou o representante da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Sávio Mendes.
Já o porta-voz do Centro Universitário do Maranhão (CEUMA), Fábio Braga, afirmou que a inovação é fundamental e vital na transição energética do estado, e deve-se incentivar o desenvolvimento tecnológico mais eficiente e sustentável, incluindo sistemas de armazenamento, redes inteligentes e veículos elétricos, para impulsionar a competitividade e a liderança no mercado global.
“Para garantir a viabilidade, é fundamental adotarmos políticas públicas coerentes e eficazes. Isso inclui a implantação de metas de redução, incentivos fiscais para energia limpa, regulamentações ambientais rigorosas e estrategicamente adaptadas às mudanças climáticas”, afirmou Braga.
Walter Canales, reitor da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), defendeu que a transformação dos comportamentos populacionais estimulará o mercado e, consequentemente, os investimentos no setor.
“Estávamos acostumados a usar gasolina e consumir energia que não é sustentável. Todos nós precisamos olhar para isso, já que não é um caminho adequado para a sociedade atual”, disse Canales.