Caminhos, prioridade de um grande país
Os setores de infraestrutura vivem momentos de grande expectativa quanto ao corte de R$ 15 bilhões no Orçamento, a ser detalhado amanhã (31) em Brasília. O ministro- chefe da Casa Civil, Rui Costa, antecipou que todos os ministérios terão que contribuir no esforço de reequilibrar as contas. Resta saber a dimensão dessa contribuição, que certamente terá relação direta com as prioridades do plano de governo e também as pressões que o Congresso Nacional exerce neste momento.
O ministro dos Transportes, Renan Filho, evitou demonstrar qualquer frustração com o que possa acontecer com seus projetos já anunciados para as malhas rodoviária e ferroviária, e publicamente anunciou investimentos a serem efetivados em breve, além dos recursos já destinados ao longo deste ano.
No Ministério de Portos e Aeroportos há prudente reserva, e a única manifestação pública visou não desestimular a expectativa quanto ao futuro túnel ligando Santos e Guarujá.
Fato é que pouco se sabe que surpresas advirão do esforço capitaneado pelo Ministério da Fazenda.
Tudo indica que o corte não será linear. É um trabalho hercúleo decidir as pastas que mais sofrerão, uma decisão estilo “escolha de Sofia” para um governo preocupado com a ainda não conquistada confiança majoritária da opinião pública, tenta se manter estável nas relações com um inquieto Parlamento e busca preservar os compromissos ideológicos na área social.
É compreensível a necessidade de se compensar os gastos crescentes especialmente no campo previdenciário. Mas, nesse dia D para decisões vitais, espera-se que, não desmerecendo setores vitais como Saúde, o presidente Lula se lembre que para a realização do sonho de transformar o Brasil efetivamente em uma grande potência, há de se privilegiar Educação e Infraestrutura.
Países como China e Coréia do Sul mostraram nas últimas décadas que o investimento maciço na Educação é condição para alcançar um nível civilizatório por todos desejável. E a Infraestrutura é o caminho para o milagre econômico que, sem dúvida, todos almejam.