quarta-feira, 18 de dezembro de 2024
Dolar Com.
Euro Com.
Libra Com.
Yuan Com.
Opinião

Artigos

Três anos do Instituto Praticagem do Brasil

Por Bruno Fonseca
Presidente da Praticagem do Brasil e do Conselho de Administração do Instituto Praticagem do Brasil


No dia 15 de dezembro, o Instituto Praticagem do Brasil, em Brasília, completa três anos. Pouco tempo, é verdade, mas muito foi feito em quase 36 meses. Estamos perfeitamente alinhados com a missão de ser muito mais do que um centro de treinamento para práticos e operadores de praticagem. Como o leitor verá a seguir, estamos abertos para a sociedade, com o objetivo de gerar conhecimento, debates e contribuir para a melhoria da infraestrutura aquaviária e portuária no país.

Em termos de aparelhamento, começamos com a inauguração do nosso primeiro simulador full mission, em conjunto com o Tanque de Provas Numérico da Universidade de São Paulo (TPN-USP), referência internacional no assunto. Em setembro de 2023, implantamos o segundo simulador do tipo, dessa vez com a Technomar Engenharia, que possui o DNA USP. Ambos contemplam o estado da arte em simulações. Neles, somos capazes de avaliar a eficiência e segurança de projetos como novos terminais e operações portuárias, que precisam ser simulados com a participação de práticos, conforme preconizam as boas práticas internacionais.

Além dos simuladores full mission, o nosso centro conta com simuladores para treinamento em navegação eletrônica (Radar e ECDIS), praça de máquinas e VTS (Serviço de Tráfego de Embarcações). Os três são parceria com a Wärtsilä, expoente global em inovação tecnológica na indústria marítima.

Nossas instalações já receberam quatro turmas do Curso de Atualização para Práticos, o ATPR, obrigatório para cada profissional a cada cinco anos. Assim, o Instituto se torna mais uma opção para realizar a parte presencial do programa, além das unidades da Marinha no Rio de Janeiro (Ciaga) e em Belém (Ciaba). O curso brasileiro foi pioneiro no mundo e é modelo internacional.

Profissionais de diferentes zonas de praticagem também têm utilizado nossos simuladores para outros tipos de treinamento e familiarização com projetos previstos nos portos.

Ainda na parte de qualificação, formamos sete turmas do Curso para Operadores de Atalaia, as estações de praticagem, coração do serviço. O programa é voltado aos colaboradores que oferecem suporte ao trabalho do prático a bordo com informações sobre tráfego e condições ambientais, por exemplo. Nos simuladores, eles conhecem mais os equipamentos de navegação e os desafios do prático no passadiço.

Sendo o Instituto também um centro de pesquisa e inovação, visando ao aprimoramento da atividade, assinamos um convênio técnico com a Navigandi, que nos permite avanços tecnológicos e de treinamento, especialmente no uso dos portable pilot units (PPUs). Esses equipamentos portáteis nos auxiliam nas manobras mais complexas, fornecendo dados mais precisos do que os sistemas de bordo, como a respeito da movimentação da embarcação.

A parceria que firmamos com o Senai Cimatec da Bahia, por sua vez, foi com o intuito de desenvolver um colete salva-vidas apropriado à praticagem, inexistente no mercado. Estamos na fase final do protótipo desse equipamento vital para o prático em caso de queda no embarque e desembarque.

Mas, não estamos à parte da comunidade marítima e portuária. Em parceria com a Technomar, realizamos simulações para atracação em terminais e quadro de boias, com empresas como Planave, Super Terminais e Solido Engenharia, todas com autoridades marítima e portuária presentes. Além disso, tivemos um projeto de estudo sobre manobrabilidade e navegabilidade de navios nos acessos ao Porto de Cabedelo (PB).

Cedemos nosso espaço para eventos importantes como o Seminário Porto Sem Papel, promovido pela Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários. E, regularmente, recebemos visitas institucionais a fim de apresentar a atividade, nossas instalações, capacidades e possibilidades de sinergia. Como exemplo, passaram pelo Instituto diversos representantes das autoridades marítima e portuárias, do Ministério de Portos e Aeroportos, da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), do Mercosul, Congresso Nacional e até de entidades estrangeiras como a Fundação Valenciaport, ligada à Autoridade Portuária de Valência (Espanha).

Por fim, recentemente, abrimos nossas portas para cursos externos, não apenas abrigando alunos mas elaborando programas, como o Curso de Gerenciamento de Recursos da Praça de Máquinas (IMO Model Course 7.17), desenvolvido para 15 turmas da Technip, empresa do mercado offshore. 

Para isso, nosso gerente-geral, Jeferson Carvalho, se qualificou previamente, no Chile, em três cursos modelos da Organização Marítima Internacional (IMO) com foco em formação de instrutores, uso de simuladores como meio de qualificação e treinamento e avaliação de marítimos. Não posso deixar de citar também a atuação da nossa diretora-executiva, Jacqueline Wendpap, fundamental nas nossas atividades, implementando uma agenda e atraindo as vozes mais relevantes para ficar a par do nosso trabalho. 

Que venham novos desafios na capital. Continuaremos investindo para ajudar o Brasil a avançar.

Compartilhe:
TAGS

Leia também