quarta-feira, 18 de dezembro de 2024
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A Bahia e seus desafios logísticos

Por Fausto Franco
Diretor de Relações Institucionais do Brasil Export e secretário executivo do Bahia Export



A Bahia, com suas vastas dimensões e posição geográfica privilegiada no Brasil, desempenha um papel crucial como elo de ligação entre o Centro-Sul e o Nordeste brasileiro. É o único estado da federação que faz fronteira com oito outros estados, detém a maior costa litorânea do País e abriga a primeira e a terceira baías do Brasil, sendo a Baía de Todos os Santos reverenciada como uma verdadeira dádiva de Deus, graças ao seu calado profundo, ausência de ventos ou a necessidade de dragagem.

Embora a Baía de Todos os Santos possua 11 portos operacionais, nenhum deles está conectado a ferrovias. A capital baiana, localizada em uma península com mar em duas de suas faces, conta com apenas uma estrada federal que a conecta ao Centro-Sul do Brasil. Essa via, duplicada na década de 1980, não foi projetada para o intenso tráfego e as dimensões dos veículos contemporâneos. Além disso, foi privatizada sob um modelo de menor tarifa, que negligenciou os investimentos necessários, resultando em sérias consequências para a população e o setor produtivo.

Com um território maior que o da França, a Bahia possui a quarta maior população do País e a mais rica diversidade de biomas. É também o maior produtor de energia renovável, o terceiro em minérios, o segundo em algodão e líder em produtividade de colheita de soja no Brasil. Apesar desses números expressivos, a falta de uma política de estado eficaz, de planejamento adequado, de infraestrutura ferroviária e de estradas que possam adequadamente escoar essas riquezas coloca a Bahia em risco de ser deixada para trás como uma das grandes locomotivas do país.

É imperativo que aproveitemos a presença de baianos de destaque nacional, como o ministro chefe da Casa Civil, Rui Costa; o líder do governo no Senado, Jaques Wagner; o secretário de PPI do Governo Federal, Marcus Cavalcanti; o presidente da CNI, Ricardo Alban; e o presidente da CNA, João Martins, entre outros líderes públicos e privados, para transformar a Bahia em uma verdadeira locomotiva.

O Bahia Export se apresenta como um excelente fórum para fomentar discussões e provocar soluções que nos impeçam de perder essa oportunidade histórica. Construir novos caminhos, aproveitando essas riquezas, se faz imperativo não amanhã, mas hoje. 

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