quarta-feira, 18 de dezembro de 2024
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Opinião

Editorial

A urgência da questão ferroviária em Santos

O edital de chamamento público para as empresas interessadas em formar a concessionária da Ferrovia Interna do Porto de Santos (Fips), no litoral de São Paulo, foi lançado nessa segunda-feira. O modelo proposto pela Santos Port Authority (SPA, a Autoridade Portuária de Santos), e que já tem o aval do Tribunal de Contas da União (TCU),  prevê a associação de companhias que vão compartilhar a gestão da malha ferroviária, sua operação, manutenção e, principalmente, ampliação durante 35 anos. Estão previstos investimentos de R$ 891 milhões, a maior parte deles nos primeiros cinco anos da concessão.

Esses aportes são essenciais para a logística do Porto de Santos, para manter sua eficiência e evitar o aumento de custos operacionais. Isso porque a malha ferroviária interna do Porto, aquela que atende diretamente seus trechos de cais e terminais, está próxima da total saturação. Sua utilização está em 94% de sua capacidade, que é de 50 milhões de toneladas transportadas por ano. E as demandas das concessionárias ferroviárias que atendem ao complexo marítimo – MRS, Rumo e VLI – deve dobrar no prazo de cinco a dez anos e, logo depois, atingir 115 milhões de toneladas/ano.

O Porto de Santos tem de estar preparado para atender esse novo fluxo de cargas ferroviárias e, para isso, sua malha deve ser modernizada, otimizada e ampliada. Caso contrário, o complexo até pode conseguir receber esse volume de mercadorias, mas ela terá de ser transbordada para caminhões, aumentando seu custo logístico – o que, em última análise, irá reduzir sua competitividade e afetar negativamente o comércio exterior brasileiro.  

A expectativa da SPA é ter as empresas interessadas formando a nova gestora da malha ferroviária interna e assinar o contrato de concessão da Fips ainda neste ano, a fim de garantir o início das obras o quanto antes.

Realmente, a situação ferroviária do Porto de Santos é urgente e não comporta esperar mais por investimentos. E é claro que compartilhar esses aportes por várias empresas, que vão atuar em associação, amplia as chances de sucesso desses empreendimentos. Mas, independente da estratégia adotada, é essencial que a malha interna do cais santista seja ampliada, a fim de escoar o maior volume de cargas transportada em vagões que chegará à região. Nessa cadeia logística, Santos tem a promessa de cargas e deve se preparar para ela da melhor forma possível, do ponto de vista logístico. E, nessa equação, não pode ser um gargalo, mas uma solução.

Que a constituição da nova concessionária seja concluída o quanto antes e os investimentos necessários na Fips sejam feitos a tempo, que o Porto de Santos cumpra seu papel no escoamento das cargas de exportação brasileiras. A questão é urgente e não pode esperar mais. 

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TAGS concessão Ferrovia PORTO DE SANTOS Santos Port Authority SPA

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