O papel fundamental das empresas cerealistas no fortalecimento do agronegócio brasileiro
Por Jerônimo Goergen
Presidente da Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (Acebra)
O agronegócio brasileiro é reconhecido mundialmente pela sua eficiência e capacidade de produção, e as empresas cerealistas desempenham um papel crucial nesse contexto. Desde a produção até o armazenamento e comercialização dos grãos, elas são essenciais para garantir que a cadeia produtiva funcione de forma eficiente e sustentável. A Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (Acebra) tem sido fundamental para apoiar essas empresas, reunindo diversos atores do setor que atuam no armazenamento, secagem, beneficiamento e comercialização de grãos como soja, milho, arroz, trigo e outros. A representatividade das cerealistas é vital para manter o agronegócio brasileiro competitivo, tanto no mercado interno quanto no internacional.
Para que as empresas cerealistas possam desempenhar esse papel estratégico, é essencial uma infraestrutura e logística adequadas. O Brasil, embora seja um dos maiores produtores de grãos do mundo, enfrenta gargalos significativos nessas áreas, o que impacta diretamente a eficiência das cerealistas e a competitividade dos produtos no mercado global.
A capacidade de armazenar e escoar a produção agrícola é um dos maiores desafios. A falta de infraestrutura adequada, principalmente em regiões produtoras afastadas dos grandes centros urbanos, muitas vezes resulta em perdas durante o transporte e o armazenamento. Estradas em más condições, a insuficiência de ferrovias e portos congestionados são problemas que afetam a logística e aumentam os custos de operação. Para que as cerealistas possam cumprir seu papel, é necessário que o Brasil invista em infraestrutura de transportes e armazenamento, modernizando estradas, ampliando a malha ferroviária e otimizando os portos para facilitar o escoamento da produção.
Nos últimos anos, o setor de cerealistas passou por uma grande transformação tecnológica. Novos métodos de armazenamento, monitoramento e beneficiamento dos grãos foram incorporados, o que melhora a eficiência dos processos e a qualidade dos produtos. A automação e digitalização das operações têm permitido que as cerealistas reduzam custos e melhorem a gestão, proporcionando um ambiente mais seguro e sustentável para o armazenamento. Além disso, a adoção de tecnologias de rastreabilidade está ajudando o Brasil a atender às exigências dos mercados internacionais, que estão cada vez mais rigorosos quanto à origem e qualidade dos produtos agrícolas. Essa evolução coloca as empresas cerealistas em uma posição de destaque no cenário global.
Apesar dos avanços, o setor enfrenta desafios significativos. A elevada carga tributária, os altos custos logísticos e a burocracia são barreiras que dificultam a expansão das cerealistas. Além disso, as oscilações no mercado internacional, como variações nos preços das commodities, impactam diretamente as margens de lucro das empresas. No entanto, o setor também tem muitas oportunidades pela frente. O aumento da demanda global por alimentos coloca o Brasil em uma posição estratégica, e as cerealistas desempenham um papel central nesse contexto. Investimentos em infraestrutura, inovação e parcerias público-privadas são caminhos para fortalecer o setor e expandir sua capacidade de atender tanto o mercado interno quanto a demanda externa.
A Acebra tem atuado de forma decisiva para enfrentar esses desafios. A associação trabalha em defesa dos interesses das cerealistas, promovendo o diálogo com o governo e com entidades do setor agropecuário, buscando soluções para os problemas enfrentados pela cadeia produtiva.
O futuro do agronegócio brasileiro está diretamente ligado ao fortalecimento das empresas cerealistas. Com um papel estratégico na cadeia produtiva, elas garantem que a produção agrícola continue crescendo e se mantenha competitiva globalmente.