A meta de produção em um primeiro momento é de 6 mil toneladas de amônia verde por ano, o que daria para fabricar de 15 mil a 20 mil toneladas de fertilizantes de baixo carbono. Foto: Divulgação/Yara
Região Sudeste
Grupo Yara passa a produzir amônia renovável em Cubatão
Empresa vai fabricar até 20 mil toneladas de fertilizantes de baixo carbono
A Yara Brasil deu início na sexta-feira (6) à produção de amônia renovável a partir da planta da empresa, que está instalada no Polo Industrial de Cubatão, em São Paulo. Trata-se da primeira empresa a produzir o combustível verde no Brasil. Além disso, o grupo anunciou a produção de fertilizantes de baixo carbono, visando planos de descarbonização e transição energética no agronegócio brasileiro. O anúncio foi feito durante uma solenidade realizada nas dependências da empresa, na própria cidade da Baixada Santista.
Segundo divulgado pela empresa, o insumo renovável possui redução de 75% na pegada de carbono no comparativo com a amônia fabricada a partir de gás natural, de matriz energética fóssil.
Segundo Daniel Hubner, vice-presidente de Soluções Industriais da Yara, a meta de produção em um primeiro momento é de 6 mil toneladas de amônia verde por ano. Com essa quantia, a empresa consegue fabricar de 15 mil a 20 mil toneladas de fertilizantes de baixo carbono.
“Esse é o primeiro passo. A gente precisa consolidar para começar a pensar no próximo passo. Nosso objetivo é ter Cubatão rodando a 100% com biometano. A gente contratou 5% do nosso consumo em amônia renovável”, explicou o executivo.
Com a planta agora produzindo combustíveis sustentáveis, a Yara pretende descarbonizar parte de sua operação, além de mostrar potencial para impactar toda a cadeia de energia que faz uso de fertilizantes nitrogenados, bem como de soluções industriais. Com a mais recente novidade, o grupo visualiza o Polo Industrial de Cubatão como um hub de energias verdes.
“Particularmente, acredito que Cubatão tem uma vocação enorme para liderar a transição energética. A gente tem energia renovável disponível, e temos uma demanda de um ecossistema que pode transformar essa energia e agregar valor. Estamos trazendo inovação e mostrando que é possível tornar o polo de Cubatão renovável”, analisou Hubner.
A planta de amônia no Complexo Industrial da Yara é o terceiro maior empregador no município. A indústria química no estado se apresenta como uma das principais atividades econômicas no Produto Interno Bruto (PIB) de São Paulo.
Globalmente, a Yara já desenvolve outros projetos de amônia renovável baseados em energia solar e hídrica, mas esta produção é a principal iniciativa com utilização do biometano, que é produzido em Piracicaba, no interior de São Paulo.
“A gente vem acreditando e apostando na descarbonização. Temos muitos desafios e muitas incertezas. Estamos saindo de uma ideia, fazendo ela virar realidade. Sempre com uma grande cooperação porque a transição energética é um desafio que não se vence sozinho”, disse o executivo da Yara.
Futuros projetos
A solenidade contou com a presença dos secretários estaduais de Desenvolvimento Econômico, Jorge Lima, e de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende.
Com a iniciativa da Yara em produzir energias renováveis, o Governo de São Paulo pretende apoiar futuros projetos e investimentos para a cadeia verde, visando a recuperação do Polo Industrial de Cubatão.
“Não adianta apostar em uma só matriz porque é muito arriscado. Nós gostamos da diversificação, voltada para a sustentabilidade e descarbonização. Nós estamos avançando com um plano. Ter essa primeira planta, a primeira de amônia renovável no país, é importantíssimo dentro da nossa diversificação de matriz”, analisou Jorge Lima.
À frente da pasta de Desenvolvimento Econômico, o secretário revelou planos futuros para energias renováveis, que podem contar com investimentos estrangeiros e que serão anunciados no futuro.
“A região da Baixada Santista tem uma vocação muito clara. Com um porto (de Santos) pujante, nós temos uma característica forte do turismo e temos Cubatão importantíssima pela petroquímica; 15% do nosso PIB é de indústria química no estado de São Paulo. É nossa função estratégica, e estamos apostando que ela seja verde. A Yara é a primeira, nós estamos negociando com outras empresas de siderurgia verde e conversando com um grupo da Alemanha”, revelou Lima.