O grupo tem um prazo inicial de 90 dias, prorrogáveis por mais 90, para concluir seus trabalhos (Foto: Eduardo Cysne/MT)
Região Sul
Catástrofe climática do RS acelera modernização da Malha Sul ferroviária
Grupo de Trabalho organiza esforços para recuperação, priorização de trechos e planejamento de longo prazo na região
Após a severa catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do Sul no final de abril, a malha ferroviária do sul do Brasil sofreu impactos significativos. Em resposta, foi instituído o Grupo de Trabalho da Malha Sul, que realizou sua reunião inaugural na última semana de novembro para discutir soluções, priorizar trechos e planejar obras de infraestrutura.
O grupo, criado pela Portaria nº 1.022, é formado por representantes do Ministério dos Transportes, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e da empresa pública Infra SA. Seu objetivo principal é apresentar uma proposta que otimize a operação da malha ferroviária concedida à Rumo Malha Sul, com contrato vigente até 2027.
Durante o encontro, realizado em Brasília (DF), foram definidos o cronograma e a metodologia de trabalho. O foco inicial será avaliar o modelo ideal de operação ferroviária para a região, seguido pela análise de trechos prioritários para recuperação e modernização.
A concessão abrange 7,2 mil quilômetros de ferrovias, o que levou à divisão do estudo em três grandes segmentos:
- Malha Gaúcha, atendendo prioritariamente o Rio Grande do Sul
- Ferrovia Paraná-Santa Catarina, conectando esses dois estados
- Corredor Mercosul, que integra o transporte entre Brasil e países vizinhos
A proposta também prevê o envolvimento dos governadores dos quatro estados atendidos pela ferrovia — Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo — para alinhar as necessidades locais ao planejamento nacional.
Prazo e entregas
O grupo tem um prazo inicial de 90 dias, prorrogáveis por mais 90, para concluir seus trabalhos. Ao término, será produzido um relatório detalhado, que será submetido ao secretário-executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro. Caberá a ele avaliar a viabilidade de uma proposta consensual a ser enviada ao Tribunal de Contas da União (TCU).
A iniciativa marca um esforço integrado para revitalizar uma das principais malhas ferroviárias do Brasil, que desempenha papel estratégico na logística nacional e na conectividade com os países do Mercosul.