O Lote 3 de rodovias do Paraná engloba 570 quilômetros de estradas federais e estaduais, entre Ponta Grossa e o norte do estado, e o investimento previsto é de R$ 16 bilhões. Foto: Gabriel Rosa/AEN
Nacional
Rodovias de GO e PR vão a leilão com R$ 20 bi em investimentos previstos
Concessões têm o objetivo de modernizar infraestrutura rodoviária e atender demandas do agro e do transporte regional
Dois importantes leilões rodoviários serão realizados nesta quinta-feira, dia 12, na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo. Rodovias dos estados de Goiás e do Paraná serão concedidas à iniciativa privada, com previsão de investimentos de cerca de R$ 20 bilhões.
Quatro grupos vão participar do leilão da Rota Verde, que abrange rodovias do estado de Goiás: Grupo EPR, BTG, um consórcio formado por XP e Consladel, e outro composto por Aviva e Tecpav.
A Rota Verde é um dos projetos mais ambiciosos do ano, já que vai conectar o agronegócio de um estado que tem grandes produtores. São 426 quilômetros de rodovias, que vão ligar a cidade de Rio Verde à capital, Goiânia, e a Itumbiara, no interior. O projeto prevê investimento de R$ 4 bilhões, com a duplicação de mais de 30 quilômetros de rodovias.
O outro leilão marcado para esta quinta-feira também vai ter quatro concorrentes. É o Lote 3 de rodovias do Paraná, que vai ser disputado por Grupo EPR, Grupo Pátria, CCR e um consórcio formado pela 4UM e a Opportunity. Serão 570 quilômetros de estradas, entre Ponta Grossa e o norte do estado. O investimento vai ser de R$ 16 bilhões nos próximos 30 anos.
O projeto faz parte de uma série de concessões, em uma parceria dos governos federal e estadual. No ano passado foram leiloados os dois primeiros lotes. O Grupo Pátria arrematou o Lote 1, enquanto o EPR ficou com o Lote 2.
“A gente viu que cada leilão nosso tem um player diferente, e entrantes novos, estrangeiros. Então, isso é uma mudança muito grande. Acho que isso foi um trabalho que a gente fez desde o ano passado. Muita conversa, muita reunião bilateral, muito roadshow no Brasil e fora dele. Isso acabou angariando e hoje nós temos a maior carteira de projetos do mundo na área de rodovias”, disse à Rede BE News o secretário-executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro.
Para o próximo dia 19 está previsto o leilão do Lote 6 de rodovias do Paraná, que fecha a carteira deste ano. Para o primeiro semestre de 2025, estão previstos outros seis certames rodoviários: o trecho da BR-040, que liga Juiz de Fora (MG) e o Rio de Janeiro (RJ); os lotes 4 e 5 de rodovias do Paraná; a Rota do Agro, na região Centro-Oeste, ligando Rio Verde (GO) e Rondonópolis (MT); e a BR-364, em Rondônia.
O Ministério dos Transportes também vai trabalhar para a licitação da Rota da Celulose, em Mato Grosso. Um projeto considerado de grande porte, com 870 quilômetros de estradas, e investimento de R$ 6 bilhões. O leilão estava marcado para este mês, mas foi adiado porque não atraiu interessados. “A gente identificou que um dos problemas foi a questão do Free Flow. É uma rodovia totalmente Free Flow. O mercado não identificou a matriz (de riscos), apesar de estar lá. No contrato não ficou muito clara a separação desses riscos”, disse Santoro.
35 leilões
Tudo faz parte de uma carteira com 35 leilões, até 2026. O secretário-executivo do Ministério diz que a pasta vai correr para aprovar todos os projetos. “A nossa dificuldade hoje é conseguir colocar esses projetos em todas as fases de aprovação do Tribunal de Contas (da União, o TCU) e publicar os editais. A gente acredita que vai cumprir esses 35 (leilões) com bastante tranquilidade. Porque projeto nós temos. Só não pode acontecer de concentrar mais, como aconteceu este ano. Muitos leilões em dezembro, e a gente está tentando evitar isso, tentar espaçar ao longo do ano. Isso é um desafio porque a agência precisa cada vez mais se organizar para dar conta”.
Santoro também acredita que as oscilações para cima nas taxas de juros não vão afastar os interessados. “Alta de juros não é bom, não é bom para investimento. Aqui no Brasil e em qualquer lugar do mundo. A gente começou a marcar uma série de oitivas com empresas do mercado que estavam estudando os nossos projetos para saber. Essa alta de juros vai impactar. Todos estão alertas, atentos, mas isso não vai mudar a decisão de investimentos deles. Quem olha investimento em infraestrutura de longo prazo fica mais atento. Mas isso acho que não impede a participação nos projetos”, concluiu o secretário.