Copom anuncia elevação da taxa Selic

A elevação de um ponto percentual na taxa Selic (juros básicos da economia), anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central nessa quarta-feira, dia 11,  foi uma “surpresa por um lado”, mas já estava prevista pelo mercado financeiro, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele afirmou estar perseguindo as metas fiscais e ressaltou que o pacote de corte de gastos enviado ao Congresso é “adequado e viável politicamente”.

Haddad declarou que o aumento da taxa Selic “foi surpresa por um lado. Mas, por outro lado, tinha uma precificação (do mercado financeiro) nesse sentido. Vou ler com calma, analisar o comunicado, falar com algumas pessoas depois do período de silêncio”A fala do ministro ocorreu quando ele deixava o Ministério da Fazenda na noite dessa quarta-feira, cerca de uma hora após o fim da reunião do Copom, sem entrar em detalhes sobre a decisão do BC.

Dólar fecha em queda 

No final da tarde, quando o aumento da taxa Selic ainda era uma expectativa, e diante das preocupações com o estado de saúde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o dólar fechou abaixo de R$ 6 pela primeira vez em quase duas semanas. A bolsa de valores subiu mais de 1% e superou os 129 mil pontos. O dólar comercial encerrou a quarta-feira vendido a R$ 5,968, com recuo de R$ 0,079 (-1,3%). A cotação alternou altas e baixas até as 13h, ficou em torno de R$ 6,01 a maior parte da tarde e despencou após a notícia de que o presidente Lula será submetido a um novo procedimento nesta quinta-feira, para prevenir novas hemorragias no crânio .

Leilão do BC 1

Além de elevar os juros básicos em um ponto percentual, o Banco Central (BC) irá intervir no câmbio pela primeira vez em quase um mês para segurar a alta do dólar. A autoridade monetária leiloará nesta quinta-feira, dia 12, até US$ 4 bilhões das reservas internacionais com compromisso de recompra, quando o dinheiro é comprado de volta às reservas meses mais tarde.

Segundo comunicado emitido no início da noite de quarta-feira pelo BC, a autoridade monetária fará dois leilões de até US$ 2 bilhões durante a manhã. As operações de recompra vão ocorrer em 4 de fevereiro de 2025 para o dinheiro vendido no primeiro leilão e em 2 de abril de 2025 para o dinheiro vendido no segundo leilão.