Lote 3 de rodovias do Paraná engloba 570 quilômetros de estradas federais e estaduais, entre Ponta Grossa e o norte do estado. Foto: Gabriel Rosa/AEN
Região Sul
CCR vence leilão do terceiro lote de rodovias do Paraná
CCR assume a gestão de 569 quilômetros da malha rodoviária que interliga a região norte do Paraná aos Campos Gerais (MG)
A CCR arrematou, nesta quinta-feira (12), o terceiro lote das rodovias do Paraná ao oferecer um desconto de 26,6% sobre a tarifa básica do pedágio. O leilão, promovido pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), foi realizado na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) e contou com a participação de outras três concorrentes: EPR, Grupo Pátria e 4UM/Opportunity.
Com a vitória, a CCR assume a gestão de 569 quilômetros da malha rodoviária que interliga a região norte do Paraná aos Campos Gerais, abrangendo trechos das rodovias BR-376, BR-369, BR-373, PR-170, PR-323, PR-445 e PR-090. A concessão, válida por 30 anos, prevê investimentos de aproximadamente R$ 16 bilhões em obras e serviços de conservação.
Início das operações e novas tarifas
De acordo com o cronograma da ANTT, a assinatura do contrato com a CCR está prevista para 2 de fevereiro de 2025. A partir disso, a empresa iniciará os preparativos para assumir a operação. Embora ainda não haja uma data exata para a cobrança das tarifas, a previsão é que as sete praças de pedágio — incluindo duas novas — entrem em funcionamento em março de 2025, tomando como base os prazos dos dois primeiros lotes leiloados.
O edital do lote 3 estabelece a duplicação de 32,58 quilômetros de rodovias, com obras previstas a partir do quarto ano de concessão e conclusão em até dois anos. Entre os destaques está a finalização da duplicação da Rodovia do Café (BR-376), além de trechos entre Cambé e Sertaneja, que conectam Londrina ao estado de São Paulo.
Outro projeto significativo é o Contorno de Ponta Grossa, obra de 42,35 quilômetros que promete desafogar o trânsito urbano na cidade e otimizar o fluxo entre o norte do estado, Curitiba e o litoral. A conclusão está programada para o sexto ano da concessão.
O contrato também exige melhorias como a construção de faixas adicionais, vias marginais, ciclovias, duas áreas de escape e a instalação de iluminação em trechos como a Serra do Cadeado. Estão previstas oito passagens de fauna, dois pontos de parada e descanso, além de 13 bases de serviços operacionais equipadas com guinchos leves e pesados, ambulâncias de diferentes tipos e equipes especializadas.
Retorno ao Paraná
O CEO da CCR Rodovias, Eduardo Camargo, celebrou a conquista. “É uma alegria voltar para o estado do Paraná no setor de rodovias. Estamos comprometidos em oferecer a qualidade que a CCR costuma entregar”, afirmou. A CCR, por meio da RodoNorte, já havia administrado as rodovias que compõem este lote na antiga concessão.
O retorno da CCR ao Paraná reforça sua presença no estado, onde também opera terminais do Bloco Sul dos aeroportos, incluindo Afonso Pena, Bacacheri, Foz do Iguaçu e Londrina.
O Ministro dos Transportes, Renan Filho, comemorou o resultado e disse que o Brasil segue no caminho certo para os investimentos. “Temos mais de 15 leilões escalonados para 2025. Leilões que transformam o país que tem o maior pipelines (quantidade) de leilões do mundo. O Brasil tem sido vanguarda, com segurança jurídica para os investimentos”, concluiu.