O vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin anunciou a injeção de recursos durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o chamado Conselhão (Foto: Divulgação/MDIC)
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Alckmin anuncia R$ 468 bi para bioeconomia e descarbonização
Missão 5 do Nova Indústria Brasil mira aumento da matriz sustentável e liderança em combustíveis limpos
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, anunciou na quinta-feira (12) R$ 468,38 bilhões em investimentos públicos e privados para a Missão 5 do programa Nova Indústria Brasil. O objetivo da iniciativa é aumentar a participação dos biocombustíveis e veículos elétricos na matriz energética de transportes.
“A meta para 2026 é aumentar em 27% a participação dos biocombustíveis e, para 2033, em 50%”, afirmou Alckmin durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o chamado Conselhão, em Brasília (DF).
Do total anunciado, R$ 74,1 bilhões já foram contratados no período entre 2023 e este ano em linhas de crédito. Os demais R$ 394,3 bilhões serão aplicados em projetos referentes à Missão 5 – bioeconomia, descarbonização, transição e segurança energética.
Os recursos serão divididos da seguinte forma: no setor público, R$ 14,2 bilhões estarão disponíveis em linhas de crédito para 2025 e 2026, negociadas por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Banco do Nordeste (BNB) e Banco da Amazônia (Basa).
Já no setor privado, vão ser investidos R$ 380,1 bilhões até 2029 pelas empresas: Unica (etanol – R$ 130 bilhões), Ubrabio (biodiesel – R$ 18,6 bilhões), ABEEólica (energia eólica – R$ 43,5 bilhões) e ABIHV (hidrogênio de baixo carbono – R$ 188 bilhões).
Geraldo Alckmin explicou que foram priorizadas ações voltadas para mais investimentos em uma indústria mais sustentável. Um dos objetivos da transformação no setor é aumentar o uso da biodiversidade e reduzir a emissão de carbono nacional.
“São muitas as oportunidades. Qual país do mundo tem 2% de etanol na gasolina? E nós podemos subir para 30% e ampliar ainda mais”, sugeriu o vice-presidente. “Em relação ao SAF (Combustível Sustentável de Aviação), vamos ter que trocar o querosene no mundo inteiro. Quem vai fazer isso provavelmente será a Índia, a China e os Estados Unidos, que criaram a aliança global pelos biocombustíveis”, completou.
Antes de finalizar, Alckmin ressaltou que os esforços também têm o objetivo de impulsionar o país no mercado internacional. “O Brasil tem menos de 2% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial, 98% do comércio está fora. Quem cresce é quem tem comércio exterior. Todos devem trabalhar para uma indústria mais exportadora e produtiva”, observou.