A saga do primeiro emprego – Quando foi a última vez que você fez algo pela primeira vez
“Este é um pequeno passo para um homem, um salto gigante para a humanidade.”
Neil Armstrong, primeiro ser humano a pisar na Lua.
A busca pelo primeiro emprego representa um enorme desafio. Mesmo para os que permanecem por longo tempo em uma mesma posição, e então percebem que é hora de mudar, não é tarefa fácil. O “novo” assusta.
Pensando nisso, lembrei-me de Neil Armstrong e da equipe da NASA que levou os primeiros homens à Lua. Chegar lá foi o fato histórico mais completo que lembrei, associado ao novo e a incertezas.
Passados quase 60 anos, vivendo num tempo em que a tecnologia nos permite fazer coisas inimagináveis até há pouco, talvez seja difícil imaginar o impacto que foi, vermos um ser humano pousar na Lua, a milhares de quilômetros da Terra, sem ar, terreno e temperatura inóspitos, trajeto de ida e volta, combustível, engenharia, materiais, tudo absolutamente novo. Ousar, levar algo ou alguém para o próximo nível.
“Da conquista da Lua para o primeiro emprego?!! Faça-me o favor…”
Vou te mostrar que há uma relação. O que une Armstrong com nossa busca pelo primeiro emprego é enfrentar o novo e vencer o desafio.
Vencer o novo, como dissemos acima, não é fácil. Mas nós gostamos desse tipo de vitória, com superação.
Como não é possível vencê-lo com ideias velhas, precisamos das novas. Inovação e criatividade. Dupla que anda de mãos dadas como esforço de trabalhar duro para que o “novo” – seja o que for – funcione e por isso, convença que veio para ficar.
Da mesma forma que os Astronautas e os Cientistas da NASA, é possível que você também não tenha o caminho traçado e as informações para chegar lá, para obter seu primeiro emprego ou estágio.
Vamos tentar montar esse caminho, à partir da perspectiva de quem analisa perfis profissionais, os recrutadores, e das poucas certezas que temos.
A primeira característica que um recrutador busca descobrir ao ler um currículo é foco numa determinada área de conhecimento. E ele o faz buscando coerência entre diferentes pontos do texto. Por exemplo, se o Curso Técnico ou a universidade que o candidato está cursando estão alinhados com os treinamentos complementares, ou com algum estágio feito anteriormente. Cursar o Ensino Superior em área correlata ao Curso Técnico que fez (se fez) é um tremendo sinal positivo. Apresentar esses sinais, mostra que o dono do currículo tem convicção de estar na carreira que realmente quer seguir.
Entenda o Recrutador: ele não pode se arriscar com alguém que ainda não decidiu seu rumo profissional. Nem o próprio candidato deveria fazê-lo. Já deve ter ficado claro, que simplesmente ter concluído o Ensino Médio não credencia ninguém a uma vaga de qualidade. Escolher uma carreira é difícil, exige tempo e autoavaliação, mas fora dessa linha, o risco de perder tempo é muito grande.
Dito isso, alerto para três competências comportamentais as quais, sempre, em qualquer carreira ou processo de seleção, serão importantes: capacidade de comunicar-se, de trabalhar em equipe e de resolver problemas. Atenção, dificilmente você conseguirá apresentá-las no seu currículo. Elas serão verificadas nas entrevistas.
Comunicação “é o que o outro entende, não o que nós dizemos”. Isso sempre foi assim, hoje ainda mais, se considerarmos a Inteligência Artificial. Por quê? Os especialistas dizem que é preciso saber fazer as perguntas de forma correta, para obtermos as respostas coerentes com o que desejamos. Então, é preciso discernimento sobre o assunto sobre o qual estamos tratando e – fundamental – domínio da Língua Portuguesa. Nosso idioma é muito sofisticado. Uma vírgula fora de lugar e o sentido da frase muda. Preciso estudar gramática? Não! Precisa ler textos de qualidade. É a forma mais simples e rápida de aprender.
A habilidade de trabalhar em equipe deveria ser natural em nossas vidas, afinal, não fazemos nada sozinhos. No trabalho isso é potencializado. Mais sinergia entre as pessoas, melhores os resultados. Cuidado: quanto mais tempo passamos no mundo virtual da internet e das redes sociais, menos somos capazes de criar e manter relacionamentos no mundo de verdade.
A capacidade de resolver problemas, talvez seja a mais valorizada de todas, afinal, é para isso que somos contratados. O desafio é investir tempo na criação de possíveis soluções. Permanecer no problema, apenas o tempo suficiente para entendê-lo. Uma regra interessante para entregar as soluções (sim, a apresentação valoriza o trabalho feito) é o que eu chamo de 1-3-1. Um problema, três alternativas de solução e uma indicação (“Se fosse eu, resolveria dessa forma”). É uma tática infalível para ganhar a confiança do entrevistador ou do seu futuro chefe.
Ficou claro? O próprio Armstrong diria em outra frase que o homem não foi à Lua apenas para chegar lá, mas porque gosta de desafios. Desafie-se!
Hudson Carvalho é Consultor em Gestão de Pessoas e Estratégia Empresarial, Diretor Executivo da Elabore Online – Resultados Através das Pessoas e Diretor da WISDOM – Gestão Organizacional (Desenvolvemos Pessoas e Processos) – Baixada Santista e ABCD
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