quinta-feira, 19 de dezembro de 2024
Dolar Com.
Euro Com.
Libra Com.
Yuan Com.
Opinião

Artigos

Luiz Dias Guimarães

Clique para ver mais

Articulista

Um hotel para ‘insectos’

Dia desses li sobre um mega parque logístico em Portugal. Li também sobre planos de se criar algo semelhante em nossos portos, e aí já começou o furdunço. Não vou entrar nessa discussão. É para especialistas como tantos por aqui. Mas sou atrevido e pergunto: O que são ‘hotéis de insectos’?

O português de Portugal tem dessas coisas que para nós podem virar memes. Em um dos jornais lusitanos, falava-se de um grande empreendimento lusitano da VGP de origem tcheca, que está entrando com tudo naquele mercado, construindo mega parques logísticos.

Há planos para mais de um. Não me surpreende. Portugal é antenada dentro do mundo do Euro. Muitas cidades, consideradas aldeias, ostentam parques na sua periferia. Para diversas utilidades. Lembro-me de visitar um em Arouca, galpões destinados a variadas produções. Vi também em Barcelona. A Europa junta quem produz.

A logística, então, que faz a roda girar no mundo, não pode ficar atrás. Hoje, mais importante que o que se faz, é quando se entrega ao voraz consumo neste tempo de e-commerce. Zaragoza se exibiu com méritos na última missão do Brasil Export. Plaza – Plataforma Logística de Zaragoza, é uma verdadeira cidade de 12 milhões de metros quadrados, a maior do continente europeu. No meio do país, faz a interligação multimodal da Espanha, com repercussão por toda a Europa, num raio de ação de 300 quilômetros. A ideia é óbvia e simples: liga avião, caminhão, trem e navio. E nessa miscelânea modal ensina que os portos têm que ir muito além do costado.

À medida que se alargam terras adentro,  portos como de Valência e Barcelona se valorizam e crescem. É uma ideia que me parece lógica, seja onde for. Quando se criam pólos de distribuição, ganha-se em sustentabilidade, otimização e tempo. Porque coloca-se cada macaco no seu galho. Assim como um avião não pode fazer a entrega do Mercado Pago na minha rua, não se pode esperar que a carreta percorra um continente para simplesmente deixar um contêiner na beira do navio. Tampouco este pode entregar em domicílio a encomenda do FedEx. Ou uma carta de amor.

Há hoje um consenso no Brasil. Fomentar ferrovias para longos percursos e rodovias para pequenas distâncias. Vi isso em Valparaíso, importante porto mexicano. Recordo-me de poucos caminhões. Mas encantou-me a quantidade de trilhos a beirar seus navios. Portos como o de Santos buscam o mesmo caminho, privilegiando a ferrovia. Afinal não dá para agüentar 10 mil caminhões todos os dias, por mais que se organize a romaria.

Esse assunto certamente vai dar panos pra manga, muito se haverá de discutir por aqui. É verdade que cada região tem suas peculiaridades. Não se pode generalizar. Mas o conceito é para nortear planos e pensamentos.

A plataforma que conheci em Zaragoza dialoga bem com os modais. E mais importante, dialoga com quem trabalha nesse imenso universo. Quando digo que é uma verdadeira cidade não exagero. Lá há restaurantes, até hotéis!

Como no mega parque português, cujo empreendedor anuncia que terá todas as comodidades, incluindo energia fotovoltaica, robôs e casa de pássaros. Só não entendi essa história, oh raios, de ‘hotéis de insectos’. Não é preciso chegar a tanto.

Compartilhe:
TAGS artigo insectos portos

Leia também