Os representantes da ABOL foram recebidos em Brasília pela secretária executiva do Ministério, Mariana Pescatori, e pelo secretário executivo adjunto, Fábio Lavor Teixeira (Foto: Vosmar Rosa/MPor)
Nacional
ABOL propõe melhorias na infraestrutura aeroportuária
Em reunião com o MPor, entidade aponta necessidade de modernização nos contratos de concessão e maior suporte ao transporte aéreo de carga
A modernização dos terminais de carga aeroportuários, a melhoria da infraestrutura logística e o aumento da eficiência no transporte aéreo foram os principais temas discutidos em uma reunião entre a Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL) e o Ministério de Portos e Aeroportos, realizada no último dia 21, em Brasília (DF). Esses assuntos, que refletem os desafios e oportunidades enfrentados pelo setor diante do crescimento da demanda, foram detalhados pela presidente da entidade, Marcella Cunha, em entrevista ao BE News.
Marcella destacou a necessidade de ajustes nas concessões aeroportuárias para garantir operações mais eficientes. “Quando falamos de concessões aeroportuárias, a ideia é que, nos contratos futuros, possamos defender que os terminais de carga precisam ter cláusulas mais específicas sobre como serão oferecidos para o mercado, para os operadores logísticos e os agentes de carga em geral”, afirmou.
Segundo a presidente da ABOL, os operadores logísticos enfrentam dificuldades causadas pela deficiência de infraestrutura nos terminais e pela limitada disponibilidade de aeronaves comerciais, fatores que impactam diretamente a prestação de serviços no setor. “Os operadores logísticos que hoje atuam com o setor aéreo ou estão dentro dos aeroportos, nos terminais de carga, ou são dependentes das aeronaves comerciais para transportar as suas mercadorias”, explicou Marcella.
Além disso, a crescente demanda por transporte aéreo de cargas expressas, como produtos de e-commerce, medicamentos e equipamentos industriais, foi tema de preocupação. Segundo Marcella, a tendência é de expansão contínua nesse mercado. “O rol da variedade de produtos vai aumentando, assim como a demanda e o volume geral. Tivemos que levar essa demanda para a secretária, de modo que os operadores logísticos não deixem de oferecer esse serviço para os seus clientes e também ajudem o sistema a ser aprimorado, porque, de fato, enxergamos quase que uma demanda reprimida por esse modal”.
Dois terminais de carga foram destacados pela entidade como casos críticos: Guarulhos e Campinas, ambos no estado de São Paulo. “Esperamos trazer todos os players da cadeia à mesa para conversarmos sobre esses problemas. Temos todo o interesse em contribuir para o desenvolvimento desses aeroportos e de outros que também são logisticamente muito estratégicos para o Brasil”, afirmou a presidente da ABOL.
Por sua vez, a secretária-executiva do Ministério de Portos e Aeroportos, Mariana Pescatori, que recebeu a comitiva da entidade, enfatizou a importância de formalizar os pleitos apresentados durante a reunião. “Isso é importante para garantir que todos estejam alinhados e cientes das próximas etapas”. Mariana também propôs que as demandas fossem revisadas por uma equipe técnica e levadas para a próxima reunião da Comissão Nacional de Autoridades Aeroportuárias (Conaero), prevista para o primeiro trimestre deste ano.
A reunião contou ainda com a presença de representantes de empresas associadas à ABOL, como Tora, Wilson Sons, Multilog, Andreani e FedEx, além de entidades setoriais.