Entre as principais iniciativas da Santos Brasil está a substituição de todos os RTGs a diesel no Tecon Santos, principal ativo da empresa, por modelos elétricos até 2031 (Foto: Divulgação/Santos Brasil)
Nacional
Santos Brasil lança plano para tornar empresa carbono zero até 2040
Operadora portuária detalhou plano de transição voltado para reduzir emissões de gases de efeito estufa
A Santos Brasil, uma das principais operadoras portuárias e de logística do país, lançou na última semana seu Plano de Transição Climática que tem como principal objetivo tornar a companhia carbono zero até 2040.
Segundo a empresa, o plano estabelece compromissos para reduzir 70% das emissões diretas de gases de efeito estufa (GEE) nos chamados escopos 1 e 2, e 30% das emissões indiretas do escopo 3, relacionadas à cadeia de valor. Ao final do período, as emissões que não puderem ser reduzidas diretamente serão compensadas por meio de medidas compensatórias.
Entre as principais iniciativas está a substituição de todos os RTGs (guindastes de pátio) movidos a diesel no Tecon Santos, o terminal de contêineres do Porto de Santos (SP), principal ativo da empresa, por modelos elétricos até 2031.
A mudança nos equipamentos faz parte do projeto de ampliação e modernização do terminal, que se iniciou em 2019, e que já recebeu R$ 1,2 bilhão em investimentos de um total previsto de R$ 2,5 bilhões. A atualização evitará a emissão de 713 toneladas de CO₂ por mês, resultando em uma redução de 97% nas emissões dos RTGs no terminal.
Nos próximos sete anos, serão adquiridos 32 guindastes elétricos (e-RTGs) para o Tecon Santos, sendo que oito já estão em fase de compra e oito unidades foram recebidas no final de 2023. Atualmente, 47 RTGs operam no terminal, com 39 movidos a diesel que serão substituídos gradualmente até 2031. Neste ano a operação remota desses guindastes será implementada, proporcionando mais segurança aos operadores, que passarão a fazer a movimentação de cargas em um centro de operações em vez de diretamente nas máquinas.
Também como iniciativa, a Santos Brasil vai instalar, até 2031, a tecnologia shore power, que vai possibilitar a oferta de energia elétrica para navios atracados no terminal, assim eliminando a queima de combustível fóssil na área portuária durante a operação das embarcações e reduzindo as emissões de escopo 3. Segundo a Santos Brasil, este tipo de serviço não apresenta demanda atualmente, mas a empresa estará pronta para atender este tipo de necessidade.
As metas de curto prazo estão focadas em melhorias operacionais imediatas, como a otimização do consumo e a mudança de combustíveis e a redução de emissões locais. As metas de médio e longo prazo abrangem transformações estruturais mais profundas, incluindo a mudança completa da matriz energética dos terminais, o uso de energia renovável com a implantação de painéis fotovoltaicos, engajamento junto à cadeia de valor e ações de adaptação às mudanças climáticas.
O novo plano é uma evolução do programa de descarbonização que a Santos Brasil vem desenvolvendo nos últimos cinco anos e que já resultou em uma relevante redução na intensidade de emissões: de 13,74 kgCO2/TEU em 2019 para 9,14 kgCO2/TEU em 2023 – uma redução de 36%, considerando os escopos 1 e 2 da companhia.
Desde 2022, a Santos Brasil compensa as emissões de escopo 2, relacionados ao consumo de energia, de suas unidades por meio da aquisição de certificados I-REC. O novo plano prevê a instalação de painéis fotovoltaicos para a geração de energia nos terminais de contêineres de Vila do Conde, no Pará, e em Santos. Outro objetivo trata-se do gerenciamento de resíduos sólidos com a meta de atingir “aterro zero” em todas as unidades até 2028.