Na opinião do presidente do Sopesp, Régis Prunzel, a questão dos acessos ao Porto de Santos pela malha ferroviária já está bem mais adiantada do que as vias rodoviárias (Foto: Fernanda Luz/Brasil Export)
Santos Export
Acessos rodoviários ao porto são mais desafiadores, avaliam debatedores
Especialistas fizeram uma comparação com as vias ferroviárias e pontuaram os investimentos previstos a partir do contrato da Fips
Um dos temas que mais foram levantados e pontuados durante a edição 2024 do Santos Export – fórum regional de Logística, Infraestrutura e Transportes, envolveu o desafio e demandas que envolvem os acessos ao Porto de Santos. Durante o painel que debateu planejamento e soluções para maior eficiência aos acessos, os painelistas apontaram que o modal ferroviário tem um bom encaminhamento, enquanto que o principal desafio envolve a matriz rodoviária para transporte de cargas.
No início do ano, o Governo de São Paulo, por meio da Agência de Transporte do Estado (Artesp), autorizou a concessionária Ecovias a iniciar os estudos referentes à terceira pista da Rodovia dos Imigrantes. A nova ligação é apontada como uma das principais necessidades de transporte de cargas ao maior porto do país.
O presidente do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp), Regis Prunzel, afirmou que os acessos rodoviários ao Porto de Santos estão atrasados.
“É um desafio de todos nós, operadores portuários, a questão dos acessos. Sobre a terceira pista da Imigrantes, nós estamos falando de seis a sete anos de projetos, licenças ambientais e de engenharia. Estimativa de dez anos para conclusão. Se tivéssemos essa definição hoje, teríamos essa nova via em 2034. Precisamos acelerar isso, mas o importante é saber como diminuir os atrasos em um curto espaço de tempo enquanto as obras de infraestrutura acontecem”, disse.
Já o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Rafael Vitale, pontuou que as melhorias para os acessos rodoviários em Santos devem contar com uma atuação integrada entre os poderes públicos federal, estadual e municipal.
“A questão da rodovia é um tema muito complexo em Santos. É preciso a interação do município, tendo certa participação tanto do Governo Federal quanto do Governo do Estado. Seria necessário uma estrutura interfederativa para fazer a coordenação desses esforços entre os entes públicos, para que se tenha uma organização e coordenação em especial dentro do modal rodoviário”, comentou.
Ferrovias
Na contramão da matriz rodoviária para o transporte de cargas, o Porto de Santos tem em sua carteira de projetos obras importantes que visam aumentar o transporte de mercadorias através da linha férrea, a partir do contrato com a Ferrovia Interna do Porto de Santos (Fips). O compromisso prevê investimentos de até R$ 1 bilhão em obras de infraestrutura, dentro do prazo de concessão válido por 35 anos.
No comparativo com o modal rodoviário, os debatedores apontaram que o modal está mais encaminhado para atender suas demandas.
“Imagino que o tema ferrovias em Santos está bem encaminhado. O acesso ferroviário, a partir dos investimentos previstos no contrato da Fips e outras obrigações, já tem um bom encaminhamento”, classificou Prunzel.
“Já foi destacado o modal ferroviário, onde diversas ações já foram feitas e temos uma previsão de investimentos que estão sendo coordenados com a Fips e a Autoridade Portuária. São atribuições federais que a ANTT tem análise completa. Então, vemos com bons olhos tudo o que está sendo feito com a ferrovia em Santos”, analisou Vitale.