No evento da ABDIB, o vice-presidente Geraldo Alckmin defendeu ainda a aprovação do Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover) na próxima semana na Câmara dos Deputados (Foto: Foto: Cadu Gomes/VPR)
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Alckmin defende aumento da produção de gás natural
Segundo o vice-presidente e ministro, possibilidade já vem sendo trabalhada com a pasta de Minas e Energia
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou na quinta-feira, 23, que o Brasil pode dobrar a produção de gás natural em quatro anos. A afirmação foi feita durante evento da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDIB) em Brasília. De acordo com Alckmin, a possibilidade já está sendo trabalhada com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e que em breve vai conversar com a Petrobras.
“Nós podemos dobrar em quatro anos a produção de gás natural no Brasil […] O gás para a indústria precisa de um custo menor da molécula para poder incrementar o desenvolvimento industrial”, afirmou.
Alckmin também defendeu durante o evento que o investimento em infraestrutura é “essencial para garantir a competitividade da nova indústria brasileira”. “Temos 5.570 municípios. Um município, Altamira, tem 158 mil quilômetros quadrados. É maior que Portugal, um município. Então, é fundamental para reduzir custos e melhorar a competitividade uma boa infraestrutura, integrando os vários modais de logística”, defendeu.
O vice-presidente afirmou que na próxima semana o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve sancionar a nova lei da depreciação acelerada, medida que antecipa as receitas das empresas. De acordo com o texto, ao adquirir um bem de capital, o empresário pode abater o valor nas declarações futuras de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e de Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL). Em condições normais, esse abatimento é paulatino, feito em até 20 anos, conforme o bem vai se depreciando.
“Uma indústria competitiva. O conjunto de medidas são tomadas. O presidente [Lula] deve sancionar na próxima semana a Lei da Depreciação Acelerada, ou seja, um estímulo com redução do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para a renovação de máquinas e equipamentos […] São R$ 3,4 bilhões previstos nessa lei”, declarou.
Programa Mover
Alckmin defendeu ainda a aprovação do Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover) na próxima semana na Câmara dos Deputados. O texto oferece créditos tributários a empresas do setor automotivo que investem para a descarbonização da frota de carros, ônibus e caminhões. A matéria está na pauta do plenário da Casa desde a última semana, mas os parlamentares ainda não chegaram a um acordo.
O relator do projeto de lei do Mover, deputado Átila Lira (PP-PI) inseriu a cobrança de impostos em compras internacionais de até US$ 50 dólares no texto. A medida gerou o desacordo entre os congressistas e o governo federal. Na manhã de quinta-feira, 23, o presidente Lula afirmou que caso a mudança seja aprovada no Congresso Nacional pode ser vetada no Palácio do Planalto.
“A tendência é vetar, mas a tendência também pode ser negociar. Quem é que compra essas coisas? São mulheres, jovens, e tem muita bugiganga. Nem sei se essas bugigangas competem com coisas brasileiras, nem sei”, afirmou o presidente.
Um encontro entre Lula e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pode acontecer nos próximos dias para a negociação da medida. A fala vai na contramão do que tem defendido o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Arthur Lira, por isso a expectativa é de um acordo sobre os valores da taxação das compras internacionais.
“Quando discuti, eu falei com o Alckmin: minha mulher compra, sua mulher compra, sua filha compra, todo mundo compra, a filha do Lira compra. Então, precisamos tentar ver um jeito de não tentar ajudar uns prejudicando outros e fazer uma coisa uniforme”, completou Lula.