As iniciativas de Antaq e Abeph foram debatidas no painel “O crescimento da participação feminina no setor de logística e de transportes no Brasil” Crédito: Saulo Cruz/Brasil Export
Brasil Export
Antaq e Abeph buscam mapear a presença feminina no setor portuário
Pela primeira vez na história, as duas entidades contam com mulheres em cargos de liderança
Pela primeira vez em 20 anos de existência, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) conta com uma mulher ocupando a cadeira da diretoria: Flavia Takafashi, nomeada diretora em 2021. E pela primeira vez em 64 anos de história, a Associação Brasileira de Entidades Portuárias e Hidroviárias (Abeph) tem como presidente uma mulher: Mayhara Chaves, que é também presidente da Companhia Docas do Ceará (CDP) e do Conselho Feminino do Brasil Export.
E é com estes novos olhares voltados, também de forma inédita, para as trabalhadoras mulheres que ocupam o setor portuário nacional, que a Antaq e a Abeph colocaram em prática iniciativas que visam mapear e entender o universo feminino presente no segmento.
O tema foi discutido durante o painel “O crescimento da participação feminina no setor de logística e de transportes no Brasil”, exposto no Fórum Brasil Export, realizado nos dias 19 e 20 de outubro, em Brasília (DF).
Até o fim deste ano a Antaq deve receber as respostas para questões enviadas aos operadores portuários do país, em uma pesquisa que visa traçar um panorama sobre quem são os funcionários do segmento mas, principalmente, quantas são, que cargos ocupam e que salários ganham as mulheres portuárias.
O trabalho é fruto de um protocolo de intenções assinado em março deste ano entre a Agência e a Women’s International Shipping and Trading Association (Wista), associação composta por uma rede global de mulheres, pessoas não binárias, além de membros apoiadores, em cargo executivo e em ascensão nos setores de Shipping e do Trade. Entre os principais objetivos da Wista está a redução da disparidade de gênero em posições de liderança no setor.
Para Flavia, a pesquisa de equidade de gênero no segmento é muito importante já que, segundo ela, até hoje não há dados oficiais sobre este cenário.
“A agência vai levantar esses números para fechar um diagnóstico que será importante para as empresas e suas políticas, e para a própria Antaq, ao trazer informações mais detalhadas e de capital humano sobre o setor que estamos regulando”, disse.
Para Mayhara, as mulheres que já trabalham ou que querem ingressar no mundo portuário precisam de conhecimento técnico. Por isso, a Abeph tem trabalhado para oferecer treinamentos e cursos para elas.
“Nos nossos encontros estamos sempre discutindo esses temas, levando conhecimento, disseminando informação. É um papel fundamental”, declarou.
A moderação do painel foi feita por Milena Castro, gerente de Comunicação da Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (Abtra).