De acordo com Eduardo Nery, a hidrovia do Rio Madeira, no estado do Amazonas, deve ter o seu edital de concessão e consequente leilão ainda no primeiro semestre de 2025 (Foto: Divulgação/Brasil Export)
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Antaq planeja leiloar três hidrovias no próximo ano, segundo diretor-geral
Diretor-geral da agência detalhou os planos para o modal durante o OPW Brasil 2024
O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Eduardo Nery, detalhou o cronograma de ao menos três das cinco hidrovias que serão leiloadas nos próximos anos. Três delas, Rio Madeira, Paraguai e a Hidrovia Sul, estão com certames previstos para o primeiro e segundo semestres de 2025.
Nery destacou o cronograma durante o Open Ports & Waterways, que debate as políticas públicas de arrendamentos, incentivos e investimentos no setor. O evento. realizado na capital paulista, dia 7, foi organizado pelo Grupo Brasil Export, com coorganização da B3. A Rede BE News foi a mídia oficial.
De acordo com ele, a hidrovia do Rio Madeira, no estado do Amazonas, deve ter o seu edital de concessão e consequente leilão ainda no primeiro semestre de 2025. O leilão está previsto para o mês de março.
A hidrovia do Madeira é uma das mais importantes vias de transporte no chamado Corredor Logístico Norte. É, também, a segunda hidrovia mais importante do Norte, atrás apenas da hidrovia do Amazonas, da qual é afluente. É o principal meio de escoamento da produção de grãos, como soja, milho e açúcar proveniente das plantações de Mato Grosso. Esses grãos chegam ao porto de Porto Velho (RO), depois de um percurso de 800 km pela BR-364. Na hidrovia são realizados os deslocamentos de passageiros e o transporte de carga que tem como destino os grandes centros da região Centro-Oeste.
A hidrovia permite a navegação de grandes comboios, com até 18 mil toneladas, mesmo durante a estiagem. A largura varia entre 440 metros e 9.900 metros, e a profundidade oscila de acordo com as estações seca e chuvosa, e pode chegar a 13 metros. Sua extensão é de 1.086 quilômetros.
Segundo Nery, o leilão poderá levar dos atuais 10 milhões de toneladas movimentadas (dados de 2023) para até 20 milhões de toneladas anualmente, em 2035.
A Hidrovia do Paraguai tem previsão de lançamento do edital em março de 2025. O leilão deve ocorrer ainda no primeiro semestre daquele ano. De acordo com o presidente da Antaq, o canal poderá movimentar mais de oito vezes mais do que movimenta hoje. Em 2023, foram 4 milhões de toneladas no local, mas a previsão é de que em 2035 esse volume possa chegar a 29,6 milhões de toneladas.
A hidrovia corta metade da América do Sul, desde Cáceres, em Mato Grosso, até Nova Palmira, no Uruguai. O trecho brasileiro vai até a confluência com o rio Apa e tem 1.272 km de extensão. É uma importante via de transporte de minérios, produtos agrícolas e grãos do Centro-Oeste do país. Por suas águas são realizadas exportações e importações para os demais países da chamada Bacia do Prata (Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai).
O terceiro projeto que foi apresentado é da Hidrovia da Lagoa Mirim – Lagoa dos Patos, conhecida como Hidrovia Brasil-Uruguai, uma nova rota que poderá movimentar até 2 milhões de toneladas na região Sul do País. O investimento previsto é de cerca de R$ 42 milhões.
Segundo o diretor-geral da Antaq, o edital está previsto para o começo de 2025 e o leilão em meados de junho.
“As vantagens de uma hidrovia são incomparáveis. No último ano, tivemos 141 milhões de toneladas transportadas em nossas hidrovias, crescimento em relação aos 113 milhões em 2022. Isso acontece justamente porque a carga precisa de um meio mais sustentável para ser transportado”, disse Nery.
Planos
Nery afirmou que, segundo o plano geral de outorgas, há 13 trechos em estudo para hidrovias atualmente. Seis são estratégicos, quatro são de navegação consolidada e três são de potenciais hidrovias.
Os seis prioritários são: Tapajós, Amazonas (Barra Norte), Tocantins, Madeira, Paraguai e a Hidrovia do Sul. Os quatro de navegação consolidada e que serão os próximos a serem endereçados a leilões são Manaus-Itacoatiara, Solimões, Tietê e Paraná. Já os três potenciais, Parnaíba, São Francisco e Guaporé-Mamoré.