Novo terminal da companhia em Suape acrescentará 55% na capacidade de movimentação de contêineres do complexo portuário (crédito: Divulgação/Porto de Suape)
Portos
APM confirma investimentos e novos negócios no Brasil
Operadora de terminais do Grupo Maersk, companhia arrematou área no Porto de Suape e vê o País como mercado essencial para crescimento
Em recente visita ao Brasil, Martijn Van Dongen, head global de Crescimento da APM Terminals, braço de logística portuária da AP Moller – Maersk, confirmou investimentos da empresa no País, novos negócios e projetos. Ele participou do evento oficial de aquisição da Unidade Produtiva Isolada (UPI-B Cais Sul) do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), no Porto de Suape, em Pernambuco.
A companhia foi a vencedora do leilão da área, realizado em julho deste ano. Em agosto, a Justiça de Ipojuca (PE) confirmou a APM Terminals como vencedora oficial do certame judicial, permitindo à companhia desenvolver e operar um terminal de contêineres e carga geral.
Durante o evento em Suape, que contou com autoridades municipais e estaduais, Martijn Van Dongen reafirmou o foco da APM Terminals no Brasil como um dos principais mercados da América Latina, onde a empresa já fez investimentos nos últimos anos e mantém projetos futuros em andamento. “À medida que o mercado cresce, as empresas brasileiras precisam cada vez mais de soluções logísticas para atender às suas ambições e para acessar facilmente seus mercados de importação e exportação. Vemos nosso papel como operador de terminal de contêineres em garantir que a logística não se torne um obstáculo nisso, mas sim o contrário, que apoie a ambição de crescimento e crie oportunidades no futuro”, disse.
Em Suape, a companhia pretende investir R$ 2,6 bilhões no novo terminal, que terá capacidade inicial de operação de 400 mil TEU, o que acrescentará 55% na capacidade do complexo portuário. Uma vez que todos as licenças forem emitidas, a empresa quer finalizar as obras em 24 meses e iniciar as operações no final de 2025, quando a dragagem do canal de acesso e bacia de evolução feitas pelo Porto de Suape devem estar concluídas.
A APM Terminals também opera no Porto de Pecém, no Ceará, onde investiu neste ano R$ 150 milhões na compra de três guindastes pórticos sobre rodas para movimentação de contêineres no pátio e um guindaste Ship-to-Shore (STS) para operações nos navios. O equipamento foi comissionado a tempo para a safra de 2022, desempenhando um papel crucial para a economia local.
Além disso, para melhorar a movimentação de cargas frigoríficas em Pecém, a empresa aumentou, de forma gradual, o número de plugs de 1.088 para 1.388 em 2022, com novos pontos instalados no Terminal Multi Utilitário (TMUT) dobrando a capacidade da área.
Santos e Itapoá
A Brasil Terminal Portuário (BTP), joint venture da APM Terminals que atua em Santos (SP), espera renovar seu contrato de concessão antes do final deste ano.
A APM também apoiou a expansão do terminal de Itapoá (Santa Catarina), onde detém 30% de participação, por meio da adição de mais pátio e equipamentos de movimentação de contêineres (5 RTGs, 9 TTs, 2 Reach Stackers e 1 scanner).
STS 10
A Maersk também está avaliando a participação no arrendamento do STS 10, na altura do bairro Saboó, em Santos, com intenção de construir e operar um terminal de contêineres na cidade, que, juntamente com o aprofundamento do canal de acesso do Porto de Santos, poderá liberar um valor significativo para os exportadores e importadores através da atração de navios maiores para a Costa Leste da América do Sul.
“A nossa estratégia se baseia em três pilares – Safer, Better, Bigger (mais seguro, melhor e maior) – e crescer onde faz sentido para servir melhor os nossos clientes ou melhorar o nosso desempenho operacional”, explicou Martijn.
A visita de Van Dongen ao Brasil coincidiu com a passagem de Søren Skou, CEO da Maersk, à América Latina, o que, segundo a empresa, confirma ainda mais a relevância da região para a Maersk e APM Terminals, “que continuarão atentos a oportunidades futuras”.