O Porto de Leixões, um dos mais afetados pela greve, deixou de atender em média 15 navios com os dias de paralisação (Crédito: Divulgação)
Portugal
Após reunião com Galamba, sindicato portuário decide terminar greve
Novo ministro português pediu prazo de três meses para avançar com plano de desenvolvimento dos portos
Representantes do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Administrações Portuárias (SNTAP) decidiram encerrar a greve que afetava o setor após se reunirem ontem (9) com o novo ministro das Infraestruturas de Portugal, João Galamba.
O parlamentar pediu aos grevistas um prazo de três meses para avançar com o plano de desenvolvimento dos portos, o que foi acatado pelo sindicato como forma de conceder um “voto de confiança” ao novo ministro. A negociação foi o primeiro ato público de Galamba no atual cargo.
A paralisação tinha sido iniciada em 22 de dezembro e a previsão era de que ela se estendesse, pelo menos, até o fim deste mês.
“Desconvocamos a greve. Decidimos dar um voto de confiança às intenções que o senhor ministro nos apresentou de valorizar os portos. Achamos que era uma atitude responsável, até porque (João Galamba) está há pouco no cargo. Pediu-nos tempo, até três meses, para avançar com as ideias que tem para os portos”, disse o líder sindical Serafim Gomes.
A intenção do movimento partiu dos trabalhadores marítimos que operam lanchas e rebocadores, o que acabava afetando todas as operações portuárias, segundo as autoridades.
Na lista de reivindicações do SNTAP estava a resolução de problemas distintos nos diversos portos do país lusitano, uma atualização da tabela salarial de 8% para os trabalhadores das administrações portuárias, entre outras questões.
Serafim Gomes informou que, após a reunião, o ministro se comprometeu a “avançar com um processo mais geral de desenvolvimento dos portos e, nesse contexto, rever as matérias das condições remuneratórias dos trabalhadores”. Acrescentou ainda que “se houver desenvolvimento dos portos, é melhor para os trabalhadores”.
Impactos
Na última sexta-feira (6), a Associação dos Transitários de Portugal (APAT) estimou que, se a greve continuasse, poderia trazer prejuízos à economia nacional na casa dos 100 milhões de euros por dia, “além dos prejuízos causados diretamente às empresas, às pessoas, à imagem de Portugal e dos portos portugueses”, disse em nota.
O Porto de Leixões, classificado como um dos mais afetados pela greve, deixou de atender em média 15 navios com os dias de paralisação.
A ADPL, que administra o complexo, assegurou que “em Leixões não foi desviado nenhum navio para outros portos, nomeadamente para Espanha”.
Esse era um dos maiores receios caso a greve não fosse paralisada a tempo, “até porque a cadeia logística ajusta-se rapidamente e podia-se perder (de forma permanente) carga para outros portos”, informou a Autoridade Portuária.