Aprofundamento do canal de Santos é “fundamental” para eficiência

Operadores portuários e autoridades vivem expectativa para que o canal passe para os 17 metros

O último painel técnico da programação de 2024 do Santos Export, Fórum Regional de Logística, Infraestrutura e Transportes, discutiu o planejamento visando o aprofundamento do canal aquaviário do Porto de Santos (SP), pensando não somente na chegada de navios maiores, mas também de maior eficiência das operações portuárias.

O presidente do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp), Régis Prunzel, classificou que a dragagem do canal será de extrema importância para otimização e alta eficiência das atividades no cais santista.

“Eu penso que o aprofundamento do canal vai tirar muito os gargalos de Santos. Não somente para receber navios maiores, mas isso permite que os navios menores não dependam da manobra dessas maiores embarcações. Com isso, dependendo da maré alta, acaba se criando uma fila de navios esperando, e as operações de saída e entrada de embarcações precisam ter um calado maior para uma melhor velocidade”, comentou.

Prunzel pontuou que o desafio da Autoridade Portuária, de aprofundar o canal do porto para 17 metros é um grande desafio.

“É um grande desafio, temos um horizonte com a questão do aprofundamento. Depois, vamos ter o desafio da manutenção desse calado, porque atualmente os terminais portuários já possuem habilidade de realizar esse trabalho no calado atual”, disse.

O diretor de Gestão e Modernização Portuária da Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários, Fábio Lavor, disse que o aprofundamento do canal de Santos irá acontecer no momento certo, mas chamou atenção para o aumento de custos.

“Todos nós aqui gostaríamos de ter um canal com 18, até 19 metros. Mas temos que lembrar que tudo isso tem um custo. Quanto mais profundo o canal, maior a taxa de segmentação, maior o custo de dragagem de manutenção. E isso custa da tabela, da cobrança dos armadores. Mas, de fato, hoje não tem mais dúvidas, temos que falar em 17 metros no canal de Santos”, disse.

Na contramão do executivo do Ministério de Portos e Aeroportos, o presidente do Sopesp acredita que os valores a mais tratam-se de investimentos importantes para as operações.

“Nem digo que seja algo para pagar a mais, mas sim olhar o que o mercado está trazendo. Há o aumento de cargas, onde se aumenta eficiência, e isso não necessariamente significa ter um custo maior. Estamos falando em receber navios maiores, fazendo com que o calado maior proporcione uma operação mais rápida. Eu olharia isso como investimentos, não como custo adicional, uma questão estratégica. Santos, que é geograficamente o mais bem localizado porto, tem de estar focado nisso”, completou.

O Fórum Santos Export é uma iniciativa e realização do Grupo Brasil Export, com apoio institucional do Ministério de Portos e Aeroportos, da Prefeitura de Santos e da Prefeitura de Guarujá. A produção é da Bossa Marketing e Eventos e a mídia oficial da Rede BE News.