O presidente da FPPA, o deputado federal Paulo Alexandre Barbosa, afirmou que o atual projeto do Tecon Santos 10, precisa ser melhor aperfeiçoado e não será viabilizado (Foto: Rodrigo Silva/BE News)
Porto de Santos
Autoridades analisam projeto do STS 10 e defendem aperfeiçoamento
Tema que envolve novo terminal de contêineres do Porto de Santos foi debatido no 1° Summit Connect Infra
O projeto do novo terminal de contêineres de Santos (Tecon Santos 10), localizado na área do STS 10, foi um dos principais temas discutidos na primeira edição do 1º Summit Connect Infra. Realizado na sexta-feira, dia 29, em Santos (SP), o evento promovido pela Frente Parlamentar de Portos e Aeroportos (FPPA) e pelo Instituto Brasileiro de Infraestrutura (IBI) reuniu autoridades e especialistas para avaliar as perspectivas e impactos dessa nova estrutura na margem direita do porto.
Presidente da FPPA, o deputado federal Paulo Alexandre Barbosa (PSDB-SP), afirmou que o atual projeto precisa ser melhor aperfeiçoado e não será viabilizado.
O STS 10 foi uma das áreas anunciadas pela União, por meio do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), que estão entre os destaques de leilão de áreas portuárias previsto para 2025.
Um projeto considerado bilionário, com investimentos estimados em R$ 4 bilhões, e localizado na área mais nobre e estratégica no mercado mundial portuário, ele ainda provoca questionamentos em algumas autoridades, que defendem um maior diálogo para os interesses do município antes de sua viabilização.
O parlamentar afirmou sua oposição à retomada dos estudos do projeto executivo pelo MPor, destacando a ausência de diálogo com o município e com os trabalhadores portuários.
“Minha posição é clara. Não sou contra o aumento de espaço para contêineres no Porto de Santos. É uma necessidade e é importante para a economia do país. É de fato fundamental. Só que não podemos discutir o que é importante para o porto sem discutir o que é importante para a cidade. Do jeito que está, da forma como foi apresentado, não vai passar, não vai ser viabilizado”, pontuou.
Barbosa comentou ainda sobre as garantias previstas, como a transferência do terminal de passageiros de cruzeiros, o Concais, para a área do Valongo.
“A transferência do Concais é importante para a cidade, pois movimenta a economia e vai gerar empregos. O cais público é fundamental para que os trabalhadores tenham garantia de que vão ter empregos reservados. Sem diálogo e mudanças necessárias, sou contra o projeto. Se ele for aperfeiçoado e o interesse tiver contemplado obviamente ele terá todo nosso apoio”, disse.
O diretor-executivo do IBI, Mário Povia, destacou o investimento bilionário previsto para o futuro terminal de contêineres e reforçou a necessidade de melhores acessos de infraestrutura.
“Os investimentos são necessários no Porto de Santos, precisamos crescer. Acho que talvez o layout de como vai ser o terminal seja a grande questão. O porto tem que atender a uma hinterlândia e, agora, a necessidade de expansão é óbvia, além da preocupação com os acessos, como a terceira pista da (rodovia) dos Imigrantes”, analisou Povia.
Projeto
De acordo com os estudos, o projeto vai ampliar em 50% a capacidade de contêineres movimentados no Porto de Santos. Atualmente, a capacidade do cais santista é de 6 milhões de contêineres. Com o leilão do STS10, a capacidade passará a ser de 9 milhões de contêineres.
Segundo o Ministério de Portos, as diretrizes para o futuro terminal de contêineres na área do bairro Saboó, em Santos, foram definidas pela área técnica, e o estudo ajustado deverá ser encaminhado para a análise do Tribunal de Contas da União (TCU) ainda neste ano. A previsão é de que o leilão do STS10 ocorra no ano que vem.
Summit
O evento, realizado no Parque Valongo, no Centro de Santos, reuniu autoridades do setor portuário e da infraestrutura para uma ampla discussão sobre gargalos no setor e apresentação de soluções para enfrentamento de problemas, principalmente os identificados no Porto de Santos, o maior do país.
Estiveram presentes deputados e representantes do segmento portuário e a programação contou com diversas dinâmicas, entre apresentações e debates em painéis técnicos.
“Estamos reunindo as principais autoridades do setor portuário e aeroportuário, justamente para aproximá-los da realidade. O objetivo é que eles conheçam nossas necessidades na região da Baixada Santista e a urgência de tirar projetos importantes do papel”, comentou Paulo Alexandre Barbosa.
Os painéis foram divididos em temas como relação porto-cidade; sustentabilidade; acessos; porto-indústria; descarbonização e desburocratização.
No final do evento, foi formalizada uma carta elaborada durante os painéis técnicos. O documento será entregue ao Ministério de Portos e Aeroportos.