O leilão do Lote 1 de rodovias do Paraná está marcado para o dia 25 de agosto. Já o Lote 2 será leiloado em 29 de setembro. Os contratos de concessão têm duração de 30 anosCrédito: Divulgação/AEN
Sul Export
Autoridades apostam na concessão de rodovias para alavancar o Porto de Paranaguá
Secretário do Governo Estadual e representante da ANTT falaram sobre os leilões dos primeiros lotes no Sul Export
O pacote de concessões de rodovias do Paraná pretende tornar o Estado o maior corredor de exportações do continente. Já estão agendados os leilões de dois lotes para o segundo semestre deste ano. Os demais estão em análise na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A ideia é transformar o Paraná em um hub logístico e aumentar a movimentação no Porto de Paranaguá.
Palestrante convidado para um dos painéis do Sul Export – Fórum Regional de Logística, Infraestrutura e Transportes, o secretário estadual de Infraestrutura do Paraná, Sandro Alex Cruz de Oliveira, afirmou que todas as obras previstas na concessão têm como principal objetivo destravar gargalos na saída e entrada do Porto de Paranaguá.
Entre as principais vias colocadas como obras prioritárias no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do Governo Federal estão a BR-277 e a BR-376. A primeira é que a chega ao Porto de Paranaguá. A segunda faz ligação com a divisa com Santa Catarina.
Conforme já anunciado pelo Governo Federal, o chamado Lote 1, composto pelas rodovias BR-277/373/376/476 e pelas PR-418/423/427, será leiloado em 25 de agosto. Já o lote 2, que compreende as rodovias federais BR-153/277/369/PR e as estaduais PR-092/151/239/407/408/411/508/804/855, irá a leilão em 29 de setembro. Ambos os leilões serão realizados na B3, Bolsa de Valores de São Paulo. Os dois contratos de concessão preveem duração de 30 anos.
“Esses dois primeiros lotes são muito relevantes porque eles formam o gargalo final, que é a nossa atenção principal no Porto de Paranaguá”, analisou o secretário.
Segundo o contrato, estão previstas duplicações em trechos da BR-277, além de terceiras faixas no trecho da Serra do Mar e novas vias marginais. A rodovia federal se apresenta como o principal anel viário em direção a Paranaguá. Os dois primeiros lotes das rodovias paranaenses estão na ordem de pouco mais de R$ 25 bilhões em investimentos, de acordo com o Ministério dos Transportes.
“O investimento maior se dá justamente para ampliar a capacidade da rodovia que chega ao Porto de Paranaguá, além de todas as outras rodovias que constam no lote. A BR-277, sentido Porto, terá a pista triplicada na descida para o litoral, que será um grande desafio porque estamos falando de um trecho na Serra do Mar”, comentou o secretário.
Estratégia
Durante a realização do painel, Marcelo Fonseca, superintendente de Concessão da Infraestrutura da ANTT, afirmou que os lotes 3 a 4 estão em estudos finais na agência para depois serem aprovados no Tribunal de Contas da União (TCU).
Entretanto, o secretário estadual propôs à ANTT que fosse feita, de maneira exclusiva, a revisão dos lotes 3 e 6. Segundo Sandro Alex, esses dois pacotes completariam toda a extensão da BR-277, de Paranaguá até o Oeste do Estado.
“O lote 6 remete ao Oeste do Estado e aí formaria o corredor total da BR-277, que está composta pelos lotes 1 e 2. Com o 6, teríamos todo o corredor completo. Me parece que a questão de ele ser o 6 tem mais a ver com uma numeração do que ele ser colocado como o último em questão de prioridades. Principalmente do ponto de vista técnico, incluímos os lotes 3 e 6, e assim, concluímos a BR-277 na sua forma integral no encaminhamento ao TCU”, comentou a autoridade paranaense.
Rodada de concessões
De acordo com o representante da ANTT, existe uma expectativa muito grande em torno da competição no leilão dos dois primeiros lotes das rodovias paranaenses.
“Há um grande interesse do mercado para esses futuros leilões. Já tivemos algumas rodadas de conversas. A expectativa é de que a gente tenha para esses dois primeiros lotes uma competição bastante importante de pelo menos três competidores em cada um deles. Recebemos 409 linhas de pedidos de esclarecimento, o que é um número bastante substancial. É um indicativo de que teremos uma competição importante. Os lotes paranaenses, ao todo, trazem uma cifra de R$ 50 bilhões em investimentos”, analisou.
O painel “Acessos terrestres aos portos da região Sul” teve ainda como debatedores Mayhara Chaves, gerente de Regulação da Rumo Logística, e Beto Martins, secretário de Portos, Aeroportos e Ferrovias do Governo de Santa Catarina. A moderação foi do jornalista Leopoldo Figueiredo, diretor de Redação do BE News.