O Forte de São Felipe encalhou no último sábado (17) no Estreito dos Coqueiros, canal que dá acesso ao terminal privado do Consórcio de Alumínio do Maranhão, Alumar, em São Luís. (Foto: Divulgação)
Região Nordeste
Autoridades estudam como desencalhar navio no Maranhão
Nova tentativa de resgate será feita no próximo dia 27, se as condições da maré estiverem favoráveis
Autoridades do Maranhão ainda estudam as possibilidades para verificar de que forma o navio Forte de São Felipe, encalhado desde o último sábado (17) no Estreito dos Coqueiros, que dá acesso ao terminal privado do Consórcio de Alumínio do Maranhão (Alumar), em São Luís.
Uma próxima tentativa deve ser feita no próximo dia 27, mas, segundo a Capitania dos Portos do Maranhão, há dependência da preamar – maré alta. Na terça-feira (20), a Capitania informou que uma maré de 6 a 7 metros é esperada para os próximos dias 11 e 12 de março, outra janela de oportunidade para fazer a reflutuação do navio.
Ainda de acordo com o órgão, o plano para tirar a carga do navio vai exigir uma ação mais robusta, com outra embarcação. Esse plano precisa ser aprovado e autorizado pela Capitania dos Portos, o que ainda não ocorreu – o inquérito sobre as causas do encalhe só deve ficar pronto em 90 dias. O navio está carregado com 22 mil toneladas de bauxita, produto utilizado na produção de alumínio da empresa.
O Forte de São Felipe, que pertence à empresa Elcano SA, tinha vindo do Pará carregado, no total, com 58 mil toneladas de bauxita. O desembarque da carga ocorreu normalmente no sábado (17), até que um guindaste do porto da Alumar apresentou problemas e a operação foi paralisada.
Em seguida, a tripulação recebeu a informação de que seria necessária uma manobra chamada ‘troca de bordo’, para que o procedimento de descarga continuasse do outro lado da embarcação, ou seja, o lado oposto ao do início do desembarque.
Durante a manobra, porém, o navio acabou atolando devido à maré baixa, numa região com muitas rochas e bancos de areia.
A Capitania dos Portos do Maranhão foi acionada, enviou uma equipe ao local e seis rebocadores foram mobilizados para desencalhar o navio, mas a tentativa não deu certo e a operação foi paralisada por falta de navegabilidade. Foram feitas outras duas tentativas de reflutuação no domingo, uma durante a madrugada e outra por volta das 14h, que também falharam.
Em nota, a Alumar informou que a operação para a retirada do navio Forte de São Felipe continua no canal de navegação do Estreito dos Coqueiros. Segundo o consórcio, não há danos ambientais.
“A operação é liderada pela Praticagem, pelo Armador do Navio responsável, Autoridades competentes e, embora o navio não seja controlado e operado pela Alumar, a empresa segue dando suporte à atividade. A Alumar reafirma o compromisso com o seus valores e o respeito às pessoas e ao meio ambiente”, encerra a nota.
Investigação
A Capitania informou em nota que um inquérito administrativo será instaurado para apurar as causas, circunstâncias e responsabilidades pelo ocorrido.
A Praticagem do Brasil ressaltou que a análise de incidentes na navegação é complexa e se processa com base na legislação, “sendo prematuro qualquer juízo de valor sobre a responsabilidade do ocorrido antes da conclusão do inquérito pela Capitania dos Portos e do posterior julgamento pelo Tribunal Marítimo”.
Já a Marinha garantiu que não há indícios de danos estruturais ou vazamento de resíduos poluentes e os tripulantes passam bem. Um “Aviso aos Navegantes” foi divulgado informando a posição do navio para evitar riscos à navegação na área.