Durante o evento, autoridades manifestaram preocupação em torno da construção de uma nova via rodoviária ligando o Planalto à Baixada SantistaCrédito: Divulgação/Vitor Lima Senna
Região Sudeste
Autoridades reivindicam melhorias de acesso ao Porto de Santos em reunião na ACS
Única via de chegada pela margem direita, na Alemoa, e necessidade de nova ligação Planalto-Planície foram discutidas
As consultas para uma nova ligação entre o Planalto com a Baixada Santista (SP) e a urgência para melhorias no único acesso à margem direita do Porto de Santos foram debatidos durante a reunião ‘Vias de Acesso ao Complexo Portuário de Santos’ realizada ontem (15) na Associação Comercial de Santos (ACS). O evento reuniu autoridades municipais, estaduais, federais e representantes de empresas do segmento portuário.
As pautas e demandas foram apresentadas pelas autoridades, em um modo de debate, no qual ficou claro a necessidade de melhoria de acessos para chegada e saída das cargas do complexo portuário santista.
Representando a Autoridade Portuária de Santos (APS), o superintendente de Engenharia da companhia, Orlando Razões, afirmou que o modal viário pelo bairro da Alemoa, que se encontra em obras, terá seu fluxo de trânsito normalizado em dois meses.
“Passamos o ano passado com uma deficiência de manutenção das vias públicas do Porto de Santos, o que já foi superado. A manutenção das vias não está no nosso nível de excelência que iremos alcançar, mas ela está melhor e isso facilita o fluxo. Na obra que acontece na entrada do porto, ainda única, na região da Alemoa, tivemos problemas com licenciamentos e autorizações. Nos próximos 60 dias teremos a liberação do fluxo. A obra não será totalmente concluída nesse período, mas teremos essa liberação das faixas deixando o trânsito na entrada do terminal causando o menor problema possível”, analisou.
O representante da APS concluiu dizendo que o acesso da Alemoa já é considerado insuficiente.
“Precisamos, sim, de um segundo acesso ao Porto de Santos. Só esse da Alemoa já está insuficiente. E felizmente essas futuras obras estão endereçadas dentro da Fips (Ferrovias Internas do Porto de Santos), que deve desafogar um pouco do trânsito”.
Joel Contente, diretor da Brasil Terminal Portuário (BTP), comentou que os gargalos logísticos encontrados no único acesso pela margem direita já são recorrentes e notados por exportadores e importadores.
“Nossos clientes, sabendo da situação, nos perguntam, querendo saber como ajudar, como solucionar. Essa questão de acessos vai impactar a carga para poder ir para outro lugar. Temos que acelerar soluções. Porto sem infraestrutura simplesmente não dá”, disse.
Adequações e nova ligação
A construção de uma nova via rodoviária conectando Planalto e Planície também foi tema da reunião. Autoridades externaram suas preocupações.
“É Importante destacar que se as coisas funcionam bem no Porto de Santos e na cadeia logística é por conta das autoridades que aqui estão participando. Mas isso não é o suficiente. A terceira ligação do Planalto com a Baixada Santista é de uma necessidade iminente. Quando falamos de dois desafios grandes que o porto tem: canal aquaviário, mas muito mais que isso é a própria parte rodoviária. Pelo menos boa parte da carga e descarga é escoada pelas rodovias. A gente precisa pensar numa nova ligação. Para que a gente possa trazer mais cargas para o porto, o primeiro passo é ter infraestrutura logística”, comentou o secretário de Assuntos Portuários e Emprego de Santos, Bruno Orlandi.
Já Ricardo Molitzas, diretor-executivo do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp) definiu os temas de adequação da infraestrutura de acessos como prioridade.
“De prioridade nós temos o acesso ao Porto de Santos (pela margem direita) e temos a questão da terceira via. No meu entender, isso deveria estar resolvido porque a solução efetiva vai acontecer em até dez anos para frente, que é o tempo da construção de uma via desse porte. É um assunto urgente e que precisa da decisão e da solução para que possa melhorar a situação”, comentou.