As dificuldades vividas pelo setor aéreo, especialmente na região Norte, foram discutidas no painel “Desenvolvimento de novos negócios e criação de corredores logísticos”. Foto: Marcio Vieira
Norte Export
Aviação ainda enfrenta desafios significativos no Brasil, afirma especialista
Debatedores destacam a disparidade entre o potencial de crescimento do setor e as dificuldades impostas por regulamentações e infraestrutura insuficiente
Em um cenário de desafios e oportunidades, a aviação brasileira enfrenta barreiras significativas para seu desenvolvimento. Essa é a opinião dada por especialistas no setor durante um dos painéis de debates do Norte Export 2024, que ocorreu nos dias 22 e 23 de julho, em Palmas, no Tocantins.
O sócio da Dix Aeroportos e da Agemar Transportes e Empreendimentos, Manoel Ferreira, destacou a disparidade entre o potencial de crescimento do setor e as dificuldades impostas por regulamentações e infraestrutura insuficiente.
“O Brasil é um mar de oportunidades, mas também um oceano de dificuldades. Dependemos muito do setor público, e a legislação complexa freia nosso progresso”, afirmou Ferreira, mencionando a cidade de Palmas, que atualmente conta com 28 operações aéreas diárias, número insuficiente para atender à demanda crescente, segundo ele.
Ainda segundo Manoel Ferreira, a pandemia exacerbou a crise na indústria aeronáutica, atrasando a entrega de turbinas e limitando a expansão da frota. No Nordeste, por exemplo, apenas 40 aeronaves atendem a 1.700 municípios, destacando a necessidade urgente de mais aviões.
“A frota brasileira é de cerca de 300 aeronaves, claramente insuficiente para um país do nosso tamanho. As companhias aéreas concentram-se em rotas de alta demanda, deixando regiões menos densamente povoadas sem cobertura adequada”, explicou. Ferreira também apontou a falta de conectividade entre regiões como um inibidor para negócios e turismo.
A alta variação nos preços das passagens aéreas também é um problema. “Uma passagem de Palmas para Brasília pode custar R$ 3 mil se comprada de última hora, enquanto a antecipada é muito mais barata. Precisamos de políticas que incentivem compras antecipadas e tornem os preços mais acessíveis”, sugeriu.
O painel “Desenvolvimento de novos negócios e criação de corredores logísticos” teve ainda a presença do secretário da Indústria, Comércio e Serviços do Tocantins, Carlos Humberto Lima; do presidente da Granel Química do Brasil, Edson Souki; do vice-presidente executivo da Ultracargo, Helano Gomes; e do diretor de Relações Institucionais da Energisa Tocantins, Alankardek Ferreira Moreira.
O Norte Export é uma edição regional do Brasil Export, principal fórum de debates sobre o desenvolvimento dos setores de portos, logística, transportes e infraestrutura do País. Sua programação está disponível no canal da TV BE News no Youtube (@tv_benews).