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Barreiras na conectividade afetam infraestrutura de transporte no Brasil
Debate aponta a necessidade de internet, inteligência artificial e integração para impulsionar o setor logístico
A falta de conexão entre as tecnologias e os modais de transporte no Brasil foi o alerta dado na abertura do InfraConnect na quinta-feira (28), na Bolsa de Valores (B3), em São Paulo.
Em um cenário em que a modernização da infraestrutura é crucial para o crescimento econômico, o evento promovido pelo Grupo Brasil Export, em parceria com a Agência Nacional de Transportes (ANTT) e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), reuniu líderes e especialistas para discutir como quebrar as barreiras entre os setores e transformar a conectividade, impulsionando o progresso e a competitividade do país no cenário global.
Luciano Lourenço, diretor da ANTT, mencionou que algumas das principais rodovias brasileiras, que conectam estados estratégicos como São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso, ainda enfrentam problemas, incluindo a falta de sinal de internet e a ausência de compartilhamento de dados.
“Imagina se tivermos todas as rodovias conectadas com as ferrovias e, ao mesmo tempo, com os portos. Você teria a previsibilidade das cargas, evitaria filas, teria a eficiência energética e o consumo de combustível”, observou.
Lourenço também apontou que a modernização das estradas traz mais eficiência para o fluxo de motoristas. “Não se pode falar em operação de uma rodovia hoje sem a conectividade. Ela traz eficácia nos gastos, nos serviços e também para os nossos usuários. O ser humano hoje não vive sem conectividade, ou um celular”, completou.
Alexandre Freire, diretor da Anatel, ressaltou a expectativa de que as discussões gerem oportunidades para que, em 2025, sejam apresentados novos modelos de negócios.
“Em uma perspectiva republicana, há um diálogo entre a iniciativa privada e a regulação”. E isso traz frutos para o país. A inclusão digital não se dá apenas pela presença de conectividade, mas pela conectividade em excelentes modelos de concessão”, afirmou.
O diretor da ANTT, Felipe Queiroz, destacou a importância das diretrizes estabelecidas pelas agências reguladoras no incentivo à adoção de tecnologias que promovam a conectividade nos processos licitatórios.
“Não se pode falar sobre internet das coisas, inteligência artificial e gêmeos digitais sem que haja sinergia e conectividade entre as infraestruturas, e sem que os dados sejam transacionados e compartilhados, para que, por meio dessas ferramentas e soluções, possamos gerar eficiência e inovação”, disse Queiroz.
Também participou da solenidade a gerente de Processos Licitatórios da B3, Mônica Salles.