Biden enfatizou que as transportadoras marítimas estrangeiras alcançaram lucros recordes desde o início da pandemia, enquanto os trabalhadores portuários enfrentaram riscos para manter os portos operando e assegurar a continuidade das atividades econômicas essenciais à população. Foto: Reprodução/Redes Sociais
Internacional
Biden diz que transportadoras precisam oferecer “contrato justo” aos estivadores
Governo também monitora possíveis práticas de manipulação nos preços que possam beneficiar transportadoras estrangeiras
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se manifestou diante da greve dos trabalhadores portuários da Costa Leste e da Costa do Golfo, que chega ao seu segundo dia nesta quarta-feira (2). Ele disse que “é hora das transportadoras oferecerem um contrato justo e robusto que reflita a contribuição dos trabalhadores do ILA (sindicato Associação Internacional dos Estivadores, na sigla em inglês) para a nossa economia e para os lucros recordes dessas empresas”. O posicionamento foi feito por meio do site “X”, na noite de terça-feira (1).
O governo norte-americano também informou que uma equipe foi designada para monitorar possíveis práticas de manipulação de preços que possam beneficiar as transportadoras marítimas estrangeiras. “Orientei minha equipe a monitorar qualquer atividade de aumento abusivo de preços que beneficie as transportadoras marítimas estrangeiras. Nenhuma empresa deve explorar essa situação para obter lucro”, completou.
Biden enfatizou que as transportadoras marítimas estrangeiras alcançaram lucros recordes desde o início da pandemia, enquanto os trabalhadores portuários enfrentaram riscos para manter os portos operando e assegurar a continuidade das atividades econômicas essenciais à população.
Greve
Os trabalhadores portuários da Costa Leste e da Costa do Golfo dos Estados Unidos entraram em greve na terça-feira (1º), após o fracasso nas negociações por um novo contrato de trabalho, centrado principalmente em disputas salariais. A paralisação interrompeu o fluxo de mercadorias em 36 portos, que respondem por cerca de 40% do transporte marítimo do país, afetando todo o fluxo logístico.
Os estivadores, representados pela Associação Internacional dos Estivadores (ILA), rejeitaram a proposta patronal, que incluía um aumento salarial de 50%, e exigem um reajuste de 70%, melhores condições de saúde e limites na automação portuária.
O sindicato ILA, que representa 45 mil trabalhadores portuários norte-americanos, está em negociações com o grupo patronal Aliança Marítima dos Estados Unidos (USMX, na sigla em inglês) para a renovação de um contrato de seis anos. A greve começou após o fim do prazo dos acordos anteriores, à meia-noite do dia 30 de setembro.
Esta é a primeira greve da ILA desde 1977 e preocupa empresas que dependem do transporte marítimo para exportar seus produtos, já que a paralisação interrompe o fluxo de mercadorias, desde alimentos até automóveis.