Unipar-Carbocloro substituirá os processos de produção que utilizam mercúrio - metal que causa impactos negativos ao meio ambiente e à saúde. Com a modernização, a Fábrica de Cubatão irá reduzir em até 70 mil toneladas sua emissão de CO2 por ano. Foto: Divulgação
Região Sudeste
BNDES financia mudanças sustentáveis de empresa em Cubatão
Com recursos do Fundo Clima e do BNDES Finem Meio Ambiente, empresa produzirá cloro e soda cáustica com menor emissão de CO2
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento no valor de R$ 672,9 milhões para a Unipar Carbocloro S.A. realizar a modernização tecnológica e unificação de métodos produtivos da Fábrica de Cubatão, em São Paulo. Com isso, segundo o banco, a empresa conseguirá produzir com maior eficiência energética e reduzir as emissões de CO2.
Com R$ 400 milhões do Fundo Clima e R$ 272,9 milhões do BNDES Finem Meio Ambiente, a Unipar substituirá os processos de produção que utilizam mercúrio. Durante a implementação do projeto, serão gerados 1.232 empregos diretos e indiretos.
A descontinuidade da tecnologia mercúrio está diretamente relacionada ao atendimento à Convenção de Minamata, acordo internacional do qual o Brasil é signatário, que limita o uso de mercúrio por problemas que o metal causa ao meio ambiente e à saúde. A Convenção estabelece que para os processos de fabricação de cloro-álcali, o prazo para encerramento do uso de células de mercúrio é dezembro de 2025.
A célula membrana – processo que será adotado agora – tem como vantagem a produção de uma solução de soda cáustica mais pura e com menor consumo de energia, porque requer menor quantidade de vapor que a tecnologia diafragma. Com a modernização tecnológica e unificação de métodos produtivos concluídos, a Fábrica de Cubatão irá reduzir em até 70 mil toneladas sua emissão de CO2/GEE (Gases de Efeito Estufa) por ano (ano base 2020), representando uma redução de 18% do consumo em energia (vapor e elétrica). Esta economia de energia equivale à demanda residencial de cerca de 340 mil pessoas.
“O Brasil tem grande potencial para liderar o processo de transição energética no mundo e o Fundo Clima é um importante instrumento para essa finalidade. O projeto aprovado pelo BNDES contempla a implementação de uma tecnologia que vai promover a redução no consumo de energia e, sobretudo, contribuirá com a redução na emissão de mais de 70 mil toneladas de CO2 por ano”, explica o presidente do Banco, Aloizio Mercadante.
“Com o enquadramento e aprovação deste financiamento, concluímos o plano de financiamento para o nosso projeto de modernização tecnológica de Cubatão, com acesso a linhas competitivas que melhoram o perfil de dívida da Companhia, unindo impactos positivos ambientais, alongamento de prazo e redução de custo. Assim alcançamos melhores condições para nossos planos de crescimento sustentável”, destaca Alexandre Jerussalmy, CFO da Unipar.
Segundo o diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luís Gordon, “a modernização no processo de produção da unidade da Unipar está alinhada à política industrial do governo federal, que atua para promover a descarbonização na indústria e a transição para uma economia mais verde. O objetivo é expandir a capacidade produtiva nacional por meio da produção e da adoção de insumos, tecnologias e processos de baixo carbono, conferindo protagonismo às empresas brasileiras no mercado doméstico e internacional.”
A Unipar, importante ator do setor químico e petroquímico, é uma das principais fornecedoras para os setores de saneamento e construção civil e produz matérias-primas para todas as indústrias, entre elas têxtil, de papel e celulose, de desinfetantes, alumínio, brinquedos, sapatos, alimentos, bebidas e farmacêutica, entre outras.