Aloizio Mercadante anunciou a medida durante o seminário Transição Energética no Mar: Desafios e Oportunidades para o Brasil, realizado pelo BNDES em parceria com FGV e a Marinha do Brasil. Foto: BNDES/Divulgação
Sustentabilidade
BNDES quer investir R$ 5 bi para transição energética no mar
Em parceria com a Marinha, banco realiza evento sobre desafios e oportunidades no setor
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) quer investir R$ 5 bilhões em infraestrutura e logística para transição energética no mar, com recursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM) em 2024.
No setor de Óleo e Gás, por exemplo, o FMM tem em carteira R$ 1,6 bilhão em projetos sob análise; já o banco conta com incentivos para construção de embarcações mais sustentáveis.
As informações foram repassadas pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, nesta segunda-feira (29), no seminário Transição Energética no Mar: Desafios e Oportunidades para o Brasil, realizado pela instituição financeira em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a Marinha do Brasil, no Rio de Janeiro.
Mercadante também anunciou que o BNDES vai abrir um edital de estudos para “identificar a capacidade de construção, a expertise, ouvir todos os segmentos da engenharia naval e não cometer os erros que já tivemos”, detalhou.
Isso porque a instituição financeira tem uma medida de incentivo para projetos de construção de embarcações que reduzam a emissão de gases do efeito estufa. “Todos os projetos que estiverem com a perspectiva de reduzir 30% das emissões terão desconto de 0,2% no spread do BNDES na construção, 0,4% na modernização e conversão, e, 0,2% para manutenção, reparo e docagem”, explicou.
Mercadante citou ainda que as linhas BNDES Mais Inovação, com custo em TR, e BNDES Fundo Clima, com taxa fixa de 6,15% ao ano, podem ser utilizadas em projetos de descarbonização de embarcações. E declarou que o seminário inaugurou o que chamou de “diálogos para a COP 30”.
“Esse é primeiro evento, nós vamos abrir um ciclo de discussão para que os empresários de todos os setores econômicos do país, a academia, pesquisadores e o governo dialoguem sobre as nossas propostas e as nossas ambições até 2030”.
O presidente do BNDES destacou que a transição energética traz o desafio de novas formas de energia renováveis mais caras que as que se pretende substituir, o que exige esforço fiscal e uma nova relação do Estado com a economia.
Seminário
No primeiro dia, a abertura contou com presença do presidente do comandante da Marinha do Brasil, Marcos Olsen, do secretário-geral da IMO, Arsênio Velasco, do presidente da FGV, Carlos Leal, da conselheira do BNDES e ex-ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, da diretora de Infraestrutura e Transição Energética do BNDES, Luciana Costa, e do ex-comandante da Marinha do Brasil, Alm. Ilques Barbosa Jr.
Com o apoio de 53 instituições públicas e privadas, o evento visa promover um debate sobre os desafios para o cumprimento da meta estabelecida pela International Maritime Organization (IMO), organismo da ONU regulador da navegação global, que atualizou sua estratégia para alcançar zero emissões de C02 na navegação mundial até 2050. O secretário geral da IMO, Arsenio Dominguez, fez a apresentação de abertura do evento.
O seminário, que seguirá nesta terça-feira (30), pretende alertar os principais atores e decisores dos setores envolvidos para a urgência da transição energética no mar e destacar as vantagens comparativas e competitivas do Brasil na substituição dos combustíveis fósseis por alternativas verdes.
As discussões também podem embasar a construção de um plano nacional para a Transição Energética no Mar, com diretrizes para subsidiar novas políticas públicas e arcabouços regulatórios, bem como articular a constituição e coordenação de um comitê de alto nível para atuar com os temas relacionados à transição energética no mar.