Simone Tebet na audiência pública, ao lado de Confúcio Moura (presidente da Comissão de Infraestrutura) e Marcelo Castro (presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional) (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)
Nacional
BNDES vai viabilizar Rotas da Integração Sul-Americana
Ministra do Planejamento, Simone Tebet, acredita que, por meio do PAC, as vias entrem em funcionamento até 2018
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, anunciou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai disponibilizar US$ 10 bilhões (quase R$ 57 bilhões) em linhas de financiamento para viabilizar as Rotas da Integração Sul-Americana. “Começamos com essa partida. Não adianta falar de projeto sem dinheiro, sem orçamento”, disse Tebet na terça-feira (2), durante uma audiência de comissões no Senado Federal.
Dos recursos financeiros, US$ 3 bilhões (R$ 17 bilhões) são destinados a estados e municípios brasileiros, enquanto US$ 7 bilhões (R$ 39,7 bilhões) vão financiar obras nos demais países do continente. A expectativa de Tebet é que, por meio do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), as vias entrem em funcionamento até 2028, podendo já conectar parte do Pacífico até o final de 2026. O projeto das Rotas de Integração tem o objetivo de ampliar o comércio do Brasil com países vizinhos através de percursos mais curtos e menos onerosos.
No catálogo de obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), 190 projetos visam a implementação de integração sul-americana, sendo: 65 rodoviárias, 40 hidroviárias, 35 aeroportuárias, 21 portuárias, 15 infoviárias, nove ferroviárias e cinco linhas de transmissão. “A gente não precisa de tudo isso para funcionar, mas direta ou indiretamente faz parte”, detalhou Tebet.
Em relação aos países sul-americanos, Paraguai, Bolívia e Guiana já estão em conversações avançadas para participar do projeto, além de ter sido criada uma comissão interministerial dedicada a viabilizar as colaborações.
As cinco Rotas da Integração Sul-Americana vão conectar diretamente 11 estados que fazem fronteira com outros países da região e são estratégicas para o comércio exterior brasileiro. A ministra do Planejamento e Orçamento mencionou que esteve em diálogo com os chefes de estado dos países, os secretários responsáveis de todos os entes federativos, o setor produtivo e a sociedade.
Tebet explicou que as rotas não são concorrenciais e que há uma interdependência dos caminhos, sendo todas necessárias para tornar o escoamento de produtos brasileiros mais competitivo no mercado internacional. “Ninguém vai conseguir competir com o Brasil no mundo, no que se refere à nossa fronteira agrícola, ao agronegócio, agricultura familiar, agroindústria”, afirmou.
A audiência pública foi realizada pelas Comissões de Infraestrutura (CI) e de Desenvolvimento Regional (CDR). O debate foi proposto pelos senadores Confúcio Moura (MDB-RO) e Marcelo Castro (MDB-PI).
Confira as cinco rotas de integração:
Rota 1: Ilha das Guianas – exportação de alimentos e bens de consumo final para a Venezuela e a Guiana, além da Ásia e do Mercado Comum e Comunidade do Caribe.
Rota 2: Amazônica – exportação de produtos da bioeconomia, máquinas, equipamentos e bens de consumo de Manaus para Peru, Equador e Colômbia, além da Ásia e América Central.
Rota 3: Quadrante Rondon – exportação de alimentos, máquinas, equipamentos e bens de consumo final para Peru, Bolívia e Chile, além do mercado asiático.
Rota 4: Bioceânica de Capricórnio – exportação de alimentos, máquinas, equipamentos e bens de consumo final para Paraguai, Argentina e Chile, além do mercado asiático.
Rota 5: Porto Alegre–Coquimbo – exportação e importação de insumos, alimentos, máquinas, equipamentos e bens de consumo final para Argentina, Uruguai e Chile, além do mercado asiático.