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ESG
Brasil deve liderar transição energética na América Latina, aponta relatório
Documento da Agência Internacional de Energia destacou o país como responsável por 65% da geração renovável até 2028 na região
Até 2028, estima-se que a América Latina tenha um aumento de 165 gigawatts (GW) de geração renovável e o Brasil deve representar mais de 65% desse total. Os dados são do relatório Renewables 2023, da Agência Internacional de Energia (AIE), divulgado neste mês. A energia solar lidera a transição energética, seguida pela energia eólica.
O documento também aponta o Brasil como responsável por quase 90% das adições de energia solar distribuída na região, atualmente. As projeções indicam que o país seguirá crescendo no segmento, com adições médias superiores a 7 GW por ano até 2028.
De acordo com a AIE, o Brasil demonstra resiliência ao buscar soluções inovadoras. A instituição citou os leilões de transmissão como uma estratégia crucial para conectar áreas de alto potencial de recursos renováveis com o restante do país.
Em 2023, quase R$ 40 bilhões foram investidos para construção, operação e manutenção de mais de 10 mil km de linhas. O destaque das obras ficou com a região Nordeste e na ampliação do escoamento de energia renovável.
O relatório ressaltou aida a participação brasileira na produção de biocombustíveis. Em conjunto com outras economias emergentes, o Brasil lidera o crescimento deste tipo de produto, superando a média dos últimos cinco anos em 30%. Isoladamente, o Brasil contribuirá com 40% da expansão global até 2028.
O uso de biocombustíveis no transporte rodoviário segue sendo a principal fonte de nova oferta, com uma taxa de quase 90% de expansão.
Políticas públicas como o Programa Combustível do Futuro, que deve impulsionar novos mercados e oportunidades de investimentos, como os combustíveis sustentáveis de aviação, reforçam as expectativas positivas em relação ao desenvolvimento de uma cadeia produtiva de biocombustíveis.
Alerta internacional
Em relação à produção global, o relatório afirma que o mundo teve uma adição de 50% de capacidade renovável em 2023 em comparação ao ano anterior. Segundo a AIE, a perspectiva para os próximos cinco anos é que haja um crescimento mais rápido. Porém, o documento alerta para a não conclusão de projetos de hidrogênio verde, estimando que apenas 7% devem, de fato, sair do papel e estar em operação até 2030.
A performance, abaixo do esperado, acontece por conta da demora de investidores em efetuar os projetos, a falta de compradores e alto custo na produção. O progresso dos projetos foram analisados pela agência ao redor do planeta, com exceção à China.