Os pesquisadores registram que o país não se comprometeu com um prazo para eliminar os subsídios aos combustíveis fósseis e também não prometeu parar de aprovar usinas a carvão. Foto: Arquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Brasil elevou emissões de carbono e pode descumprir Acordo de Paris
Conclusão é de um estudo feito pelo projeto Ascor em parceria com a London School of Economics and Political Science
O Brasil não reduziu suas emissões de gases de efeito estufa nos últimos cinco anos e, se manter o ritmo atual, não vai fazer sua parte para o mundo e cumprir o Acordo de Paris. Pelo pacto, o planeta deveria limitar o aquecimento global a 1,5°C acima do nível pré-industrial.
As conclusões são de um estudo feito pelo projeto Ascor (Avaliação de Oportunidades e Riscos Climáticos Soberanos), em parceria com a LSE (London School of Economics and Political Science), que avaliou o tema em 70 países. A reportagem é da Folha de São Paulo. Segundo o jornal, a equipe teve acesso à parte do levantamento referente ao Brasil e a pesquisa completa deve ser publicada ainda nesta terça-feira (5).
Mesmo ao se excluir a parte de uso da terra e florestas, o Brasil mostrou um aumento médio de 1,7% nas emissões nos últimos cinco anos (de 2019 a 2023). Quando analisada apenas a parte excluída, houve crescimento médio de 0,8% no período.
O país descumpriria sua parte para o objetivo de 2030 mesmo quando considerada sua participação justa na tarefa, calculada de acordo com o tamanho de seu Orçamento. Os pesquisadores apontam que mesmo as atuais metas ambientais (cortar em 13,1% as emissões em relação a 2019) não estão alinhadas com o limite traçado em Paris.
Além disso, os pesquisadores registram que o país não se comprometeu com um prazo para eliminar os subsídios aos combustíveis fósseis e também não prometeu parar de aprovar usinas a carvão, além de não ter uma meta de emissão líquida zero em eletricidade.
Por outro lado, o país recebeu avaliações positivas em outros pontos. Entre eles, a existência de uma meta de emissão líquida zero para 2050, a expansão de áreas de conservação nos últimos anos, o fato de o país ter convenções internacionais de direitos humanos, trabalhistas e indígenas e o compromisso com a melhora da eficiência energética.
A tendência de elevação das emissões se repete pelo mundo. No total, o planeta continua lançando na atmosfera mais gases de efeito estufa, o que tem contribuído para a Terra já alcançar temperaturas médias acima de 1,5°C.