Estudo da consultoria Macroinfra revela que o país opera atualmente com 91,3% da capacidade portuária para exportação de granéis agrícolas. Foto: divulgação
Agronegócio
Brasil enfrenta riscos logísticos em exportações agrícolas
Dados de consultoria apontam que o País opera com 91,3% da capacidade portuária
O Brasil, maior produtor mundial de soja e responsável por 7,8% das exportações globais de grãos, pode enfrentar um apagão logístico nas exportações agrícolas até o final da década, segundo estudo da consultoria Macroinfra. O levantamento revela que o país opera atualmente com 91,3% da capacidade portuária para exportação de graneis agrícolas, ultrapassando o limite de segurança operacional.
De acordo com os dados, a capacidade portuária brasileira atingirá 94,5% já em 2025 e 99,6% no ciclo 2027/28, o que coloca o país num cenário de “pré-gargalo”, com 91% de utilização e limite seguro ultrapassado. “Se novos terminais não forem adicionados à matriz portuária até a safra 2027/28 a capacidade estará completamente esgotada”, diz o documento.
A projeção do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) reforça a urgência de investimentos. A pasta estima que a produção brasileira de soja, milho e trigo crescerá 27% nos próximos dez anos, atingindo 379 milhões de toneladas. O aumento da produção, combinado com a falta de expansão da infraestrutura portuária, pode gerar gargalos que afetarão toda a cadeia logística.
Ainda de acordo com a pesquisa, o colapso na capacidade portuária acarretará aumento de custos em toda a cadeia. Isso porque quando o Brasil não consegue exportar, a carga fica armazenada, bloqueando os portos, os armazéns das tradings e, por fim, as fazendas. Isso resulta em custos mais altos para produtores e exportadores.
Arco Norte como solução
A consultoria Macroinfra destaca a necessidade de investimentos no Arco Norte, região que abrange Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Maranhão. Atualmente, 72,5% da capacidade portuária está concentrada no Sul e Sudeste, enquanto o Norte desponta como o principal polo de crescimento da produção e exportação nos próximos anos.