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O impacto causado pela enchente no Rio Grande do Sul foi um dos temas abordados na reunião do Conselho Nacional do Brasil Export, realizado na quarta-feira, dia 8, em Brasília. Foto: Reprodução/Grupo Brasil Export

Nacional

Brasil Export e Ministério de Portos lançam ação para ajudar RS

9 de maio de 2024 às 8:12
Marília Sena Enviar e-mail para o Autor

Iniciativa de comunicação integrada visa divulgar o que vem sendo feito por órgãos públicos e pelo setor privado para colaborar

Representantes do Grupo Brasil Export se reuniram na quarta-feira, dia 8, em Brasília (DF), e montaram uma ação conjunta com o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) para ajudar os moradores do Rio Grande do Sul, que vem sendo castigado pela maior enchente de sua história.

A iniciativa foi anunciada pelo CEO do Brasil Export, Fabrício Julião, logo após participar de duas reuniões na capital federal, uma delas com a equipe do MPor. A outra teve a participação do presidente da Frente Parlamentar de Portos e Aeroportos, o deputado federal Paulo Alexandre Barbosa (PSDB-SP), e de membros do Instituto Brasileiro de Infraestrutura (IBI).

“Vamos montar a partir de agora uma ação conjunta de comunicação integrada para poder divulgar tudo o que vem sendo feito, trazer as iniciativas das empresas parceiras do próprio Grupo Brasil Export, assim como das empresas parceiras das entidades associadas para que tenhamos uma ação coordenada. Então, o Ministério  diariamente estará interagindo conosco, trazendo as últimas atualizações, as últimas necessidades e a partir de agora essa passa a ser mais uma agenda muito importante a ser desenvolvida, a ser trabalhada por todos nós”, disse Fabrício Julião em comunicado divulgado pelo Brasil Export em suas redes sociais.

O CEO do Grupo Brasil Export afirmou também que essa iniciativa não tem um momento certo para terminar. “Eu, particularmente, acredito que vai ser uma ação de médio a longo prazo. Porque neste momento nós temos uma necessidade, uma questão humanitária, uma questão de vidas”, declarou.

Julião também chamou atenção para o fato de que as ações de solidariedade ao povo do Rio Grande do Sul começam com causas mais urgentes, como a doação de mantimentos, mas terão de evoluir para uma segunda fase.

“Depois nós temos outros desafios. Nós temos o desafio da reconstrução. Da reconstrução de um lar, de uma vida profissional, de sonhos. E nesse papel o Brasil Export irá, a partir de agora, estar debruçado e irá fazer um trabalho muito importante. Não só integrado com o setor de logística, mas (desempenhando) um papel estratégico para o crescimento da Região Sul, a retomada do Rio Grande do Sul e o crescimento do Brasil”, disse Julião, que também a colaboração de todos os associados e dos mais de 600 conselheiros dos fóruns do Brasil Export.

Conselho Nacional

Esse pedido foi reforçado durante a reunião do Conselho Nacional do Brasil Export, realizada também na quarta-feira, em Brasília. Nesse encontro foram discutidos, entre outros assuntos, os impactos dos temporais recentes no Rio Grande do Sul. O evento contou com a participação das principais autoridades do setor logístico e de infraestrutura, bem como dos embaixadores do Uruguai, Guillermo Valles Galmes; do Paraguai, Juan Ángel Delgadillo; e representantes das embaixadas da Argentina, do Panamá e da Noruega.

Os chefes ministeriais do Uruguai e do Paraguai disseram ao BE News que já estão em contato com o governo brasileiro para estudar medidas que possam mitigar os efeitos da tragédia no Rio Grande do Sul. De acordo com o embaixador do Paraguai, Juan Ángel Delgadillo, cerca de 200 paraguaios estão no meio da calamidade no estado.

“Nesta primeira etapa, a prioridade é o suporte à população civil do Paraguai que reside no Rio Grande do Sul e aos brasileiros que lá vivem. Tudo está focado no apoio às pessoas que estão lá. No entanto, também é necessário trabalhar na questão da infraestrutura, já que o Rio Grande do Sul possui portos de grande importância para o comércio nacional”, disse Ángel.

Já o embaixador do Uruguai, Guillermo Valles Galmes, afirmou que a construção da hidrovia Lagoa Mirim – Lagoa dos Patos pode demorar um pouco mais. Porém, com a crise, outras maneiras de construí-la irão surgir. “Estamos vendo que esse golpe, que é tremendo para a matriz produtiva do Rio Grande do Sul, também atinge nossos interesses. A cultura gaúcha é a mesma do Uruguai”, afirmou Galmes.

A presidente do Conselho da Portos RS, Jacqueline Wendpap, afirmou que ainda não é possível mensurar o tamanho dos estragos nos canais de acesso do Rio Grande do Sul. Mas, segundo ela, a Autoridade Portuária que administra os portos públicos do estado já está tomando medidas para amenizar a crise.

“A preocupação é com as vidas humanas e com a subsistência daqueles que foram afetados. então, na medida do possível, a portos rs está auxiliando na composição desse processo de atendimento às pessoas e também na chegada de víveres, priorizando as necessidades. por conta disso, hoje de manhã a Portos RS editou uma isenção de tarifas portuárias para receber as embarcações com ajuda humanitária”, detalhou Jacqueline.

Também foi discutido o apoio do setor para auxiliar na recuperação e reconstrução da região. Com mais de 160 pontos de interdição em rodovias e problemas em ferrovias, além do fechamento do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre.

A secretária-executiva do Ministério de Portos e Aeroportos, Mariana Prescatori, destacou que a pasta tem se reunido em três salas de situação para lidar com diferentes aspectos da crise. Uma para tratar da situação aeroportuária, buscando garantir uma malha aérea essencial para atender a região afetada, enquanto a outra se concentra nas doações feitas pelo setor portuário e aquaviário, totalizando 1.3 milhão de donativos encaminhados para as bases. Além disso, há uma sala de situação dedicada às questões hidroviárias e operacionais das eclusas, coordenada pelo diretor do Departamento de Navegação e Hidrovias, Dino Antunes, e pelo diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Eduardo Nery.

O Ministério está coordenando a distribuição das doações em colaboração com a Casa Civil e a Força Aérea Brasileira (FAB), garantindo que o auxílio seja direcionado para as áreas designadas.

“Eu gostaria muito de agradecer o setor, que desde o primeiro momento se mostrou muito determinado em apoiar e ajudar toda a população do Rio Grande do Sul. Agradecer o apoio que vocês têm nos dado nesse momento”, declarou Mariana.

Fóruns

Durante a reunião, as autoridades também debateram sobre a programação do Centro-Oeste Export 2024, que acontecerá nos próximos dias 16 e 17, em Goiânia (GO). O fórum regional é de grande importância, considerando a relevância agropecuária da região, que abriga três dos sete estados com maior valor bruto de produção. A escassez de armazéns para estocagem de commodities e a necessidade de investimentos em ferrovias serão temas centrais nas deliberações.

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