Para a safra nacional 2023/2024, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a produção chegue a 133 milhões de toneladas de milhoCrédito: Divulgação/Semagro
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Brasil pode se tornar o maior exportador mundial de milho, diz consultoria
Exportação lenta dos EUA e cancelamentos de compras feitas pela China são fatores que possibilitam cenário
O Brasil pode se tornar em breve o maior exportador mundial do milho, de acordo com os dados da consultoria AgRural. As exportações brasileiras do cereal têm atingido recordes, como o registrado no ano passado, com 43,17 milhões de toneladas, mais do que o dobro em comparação a 2021.
Para este ano, a expectativa é que o país exporte 47 milhões de toneladas de milho e, se chegar a este número, se consolida como líder mundial de embarques do produto.
Mas, para essa possível liderança, outros fatores precisam estar atrelados, como a lenta exportação dos Estados Unidos e os preços pouco competitivos do milho norte-americano.
Isso porque os produtores internacionais represaram o grão nos últimos meses e optaram por vendê-lo posteriormente, o que elevou os preços e acabou impulsionando as exportações brasileiras no fim de 2022 e início de 2023.
Para a safra nacional 2023/2024, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a produção chegue a 133 milhões de toneladas de milho.
Para os Estados Unidos, o mês de abril foi marcado por consecutivos cancelamentos de compras de milho feitas pela China, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).
As desistências ocorrem justamente um mês antes da colheita da segunda safra recorde de milho no Brasil.
Os exportadores de milho norte-americanos não estão conseguindo competir com os grãos brasileiros mais baratos, e o ritmo das vendas dos EUA na safra mais recente é cerca de 33% menor do que no mesmo período do ano passado.
Segundo o USDA, no último dia 24, a China cancelou uma compra de 327 mil toneladas, e no dia 20 de abril, já havia sido cancelado outro embarque de 64,3 mil toneladas.
No ano comercial de 2022/23, aponta a agência, a venda de 233 mil toneladas de milho destinado à exportação para a China foi cancelada. Para esta temporada, o USDA projeta uma queda de 25% nas vendas.