O ministro Fernando Haddad afirmou que a transformação ecológica poderia gerar de 7,5 a 10 milhões de empregos em todos os setores e oportunidades de geração de rendaCrédito: Divulgação
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Brasil precisa de até US$ 160 bilhões por ano para transição ecológica
Projeção foi feita pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante participação na COP 28
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, lançou na sexta-feira, dia 1º, o Plano de Transformação Ecológica na COP 28, a conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas que acontece em Dubai, nos Emirados Árabes. Segundo ele, o Brasil precisa de investimentos adicionais entre US$ 130 a US$ 160 bilhões por ano ao longo da próxima década. Os aportes precisam ocorrer principalmente em infraestrutura para promover adaptações, produzir energia, aprimorar a industrialização e a mobilidade.
Ele também afirmou que a transformação ecológica poderia gerar de 7,5 a 10 milhões de empregos em todos os setores — com enfoque no segmento de bioeconomia, agricultura e infraestrutura —, e oportunidades de geração de renda.
“O Plano de Transformação Ecológica que eu tenho a honra de apresentar a vocês hoje visa unir forças em torno de um objetivo histórico: interromper cinco séculos de extrativismo e destruição do meio ambiente para posicionar o Brasil na vanguarda do desenvolvimento sustentável”, afirmou Haddad.
O ministro da Fazenda e o representante dos Estados Unidos para questões climáticas, John Kerry, assinaram um comunicado manifestando intenções de ação conjunta para o plano de transformação ecológica do Brasil. No documento, as autoridades dizem que os dois países compartilham objetivos como o de zerar a emissão líquida de gases poluentes e criar mercados inovadores em tecnologias limpas.
Compromisso
Durante as reuniões em Riade, na Arábia Saudita, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, reforçou que a transição energética pode ser um ponto de partida para a nova parceria entre o Brasil e o país árabe.
Ao coordenar os esforços do governo brasileiro na consolidação da parceria, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, pontuou prioridades. “Queremos sinalizar como a primeira grande área de oportunidades de integração na área da transição energética. Uma transição que precisa ser construída de forma equilibrada, sem abrirmos mão das nossas riquezas, construindo o futuro através de energias renováveis”, disse Rui Costa.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou o compromisso do Brasil com a pauta ambiental em seu discurso na COP 28 nesta sexta-feira, 30. Para ele, a conta do desmatamento já chegou.
“O planeta já não espera para cobrar a próxima geração. O planeta está farto de acordos climáticos não cumpridos, de metas de redução de emissão de carbono negligenciadas, de discursos vazios. Precisamos de atitudes e práticas concretas. Quantos líderes mundiais estão de fato comprometidos em salvar o planeta?”, disse Lula.