Segundo o ministério, caso fosse confirmado um episódio atípico, a sinalização da China era de retomada das exportações de carne bovina em curto prazoCrédito: Divulgação
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Brasil quer retomar exportações de carne ainda neste mês
Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, o caso detectado em um animal no Pará foi isolado
O Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) quer retomar as exportações ainda em março. Em nota oficial publicada na noite da última quinta-feira (2), a pasta informou que o caso isolado de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), popularmente conhecido como “vaca louca”, detectado em um animal de uma fazenda de Marabá (PA) é atípico.
A confirmação veio após análise do laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Neste cenário, a doença se manifesta de maneira orgânica, em um animal mais velho, sem risco de contaminação do restante do rebanho.
Segundo a pasta, será marcada uma reunião virtual com o governo chinês para tratar do desembargo da exportação da carne bovina ao país. Os embarques deste tipo de carga ao país estão suspensos desde o último dia 23.
No último dia 27, em uma videoconferência entre o Mapa e a cúpula da Administração Geral de Aduanas da China (GACC), conduzida pelo secretário de relações internacionais da pasta, Roberto Perosa, ainda não se sabia a gravidade do diagnóstico, mas segundo Roberto, caso fosse confirmado um episódio atípico, como anunciado dias depois, a sinalização da China era de retomada das exportações em curto prazo.
Na sexta-feira (3), a Tailândia, o Irã e a Jordânia também deixaram de importar o produto. No mesmo dia, a Rússia informou a suspensão das compras de carne bovina, mas somente a com origem no Pará, como carne com osso, sangue, miudezas e gado vivo. Já a carne desossada paraense ainda será importada, mas com restrições, entre elas que o animal tenha menos de 30 meses de idade no momento do abate e que a carga seja acompanhada de atestado veterinário e anexo que garanta o cumprimento dos requisitos estabelecidos pelo país.
A venda de carne do Brasil para a China segue um protocolo sanitário assinado entre os dois países em 2015, que estabelece um autoembargo nas exportações do produto em caso de diagnóstico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), como o registrado em fevereiro.
Os últimos casos de vaca louca registrados no Brasil ocorreram em 2021, em Minas Gerais e no Mato Grosso. Na época, os casos também foram atípicos, mas a China suspendeu a compra de carne bovina brasileira por três meses, de setembro a dezembro. Não há prazo determinado no protocolo para que o país asiático restabeleça os negócios.
Até o momento, o país nunca registrou um caso clássico de vaca louca, que é provocado pela ingestão de carnes e pedaços de ossos contaminados por príon, um agente infeccioso responsável por doenças degenerativas no sistema nervoso dos bovinos.